Mais uma vez, o SINTETEL e os sindicatos filiados à FENATTEL se reuniram com os representantes da VIVO/Telefônica para dar continuidade às negociações do PPR e do Acordo Coletivo 2022/2024. A reunião online aconteceu na segunda-feira (11/07).
A empresa apresentou as seguintes propostas:
PPR
-Manter o modelo atual com pequenas alterações nos pesos e metas.
-Adiantamento somente após a aprovação dos Acordos Coletivos e de PPR – até 60 dias após a realização das assembleias.
Acordo Coletivo
Reajuste salarial em 2 parcelas e por faixa salarial. Confira:
Salários de até 3 mil: 3% em fevereiro de 2023 e 3% em agosto de 2023.
Salários acima de 3 mil: 3% em fevereiro de 2023 e 2% em agosto de 2023.
VA/VR / creche e Babá: 6% em fevereiro de 2023.
Auxílio Excepcional: Zero de reajuste para ADM e 13,8% para campo, loja e atendimento, em fevereiro de 2023.
13º salário: Tirar a antecipação que ocorre no mês de fevereiro. Receber nas férias e em novembro.
Cesta básica da equipe de campo: Incorporar no salário somente 50% do valor atual.
Complemento de VA em afastamentos por doença e acidentário: fornecer 15% do valor do VA/VR no período máximo de 4 meses.
Plano médico: aumentar a coparticipação na internação de R$ 120,00 para R$ 192,00.
Locação de veículos: zero de reajuste.
Demais itens como quebra de caixa, auxílio condutor e funeral e reembolso por dirigir: 6% em fevereiro de 2023.
Propostas Recusadas
Diante do apresentado pela empresa, os dirigentes sindicais, de imediato, rejeitaram tais propostas e reafirmaram o pleito já colocado em reuniões anteriores, que é o seguinte:
Para o PPR
– Target 2,5 salários para todos os trabalhadores.
– Adiantamento do pagamento ainda em julho de 2022.
Para o Acordo Coletivo
A comissão reforça a importância de negociar somente a Pauta apresentada pelos Sindicatos e elaborada pelos trabalhadores, pois existem demandas antigas que precisam ser consideradas nesta negociação.
A proposta apresentada pela empresa é ridícula comparada com a grandeza da VIVO, pois traz muitas precarizações e trata os trabalhadores de forma diferenciada por teto salarial, inadmissível para quem vive ganhando prêmios e sendo destaque nas mídias.
Para reflexão dos trabalhadores
A VIVO tem adotado posições estratégicas diferentes do usual nas negociações coletivas de 2022. A empresa não negociou o PPR no início do ano e agora quer negociar junto com o acordo coletivo, comprometendo a antecipação que tradicionalmente ocorria em julho.
Tal atitude ocasionou um enorme descontentamento de seus trabalhadores.
A VIVO tem utilizado dois discursos: um para o mercado e outro para o público interno. Para o mercado, o discurso é de euforia, demonstrando crescimento e modernidade. Ela afirma que quer ir além da conectividade e se transformar em um ponto digital de entretenimento, saúde, educação, finanças e residências inteligentes.
A expectativa da VIVO é muito grande com a iminente potencialização de todo o processo com a expansão do 5G.
O número de clientes no Brasil, cerca de 100 milhões, é o dobro da população da Espanha, país onde se encontra sua matriz.
Porém, para o público interno o seu endomarketing é completamente diferente.
Para os trabalhadores o discurso é depressivo. Alega dificuldades, pressão orçamentária, fluxo de caixa, inflação médica (planos médicos), alta acelerada da taxa Selic, maior inflação dos últimos cinco anos e projeção do PIB de 0,70, etc.
Enfim, são obstáculos e desafios que os guerreiros e abnegados trabalhadores da empresa vivem superando dia a dia e ano a ano.
Quando chegam as negociações coletivas, oportunidade em que a empresa deveria reconhecer e valorizar a todos, a VIVO vem com essa choradeira recorrente que arrefece o ânimo dos trabalhadores e desequilibra o clima organizacional de toda a empresa.
A VIVO, por ser uma empresa legalista, com regras de compliance, qualidade, preocupação com meio ambiente, inclusão social e governança (ESG), deveria harmonizar o seu discurso de forma recíproca em todos os âmbitos: mercado, clientes, acionistas e principalmente com os seus trabalhadores. Pense nisso!
O SINTETEL e a FENATTEL cobraram que a empresa apresente uma proposta decente e condizente com sua magnitude na próxima reunião que está pré-agendada para 25/07.
Fonte: Sintetel