Com reajuste de 10,97%, acordo dos bancários põe R$ 16 bi na economia

Reajuste foi definido em acordo assinado no ano passado com validade de dois anos, incluindo aumento real, e válido em todo o Brasil

Além da campanha da categoria, bancários de São Paulo fizeram campanha de solidariedade, com distribuição de 10 toneladas de alimentos durante o Grito dos Excluídos, no 7 de setembro – Foto: Seeb/SP

Com reajuste integral da inflação (INPC de 10,47% em 12 meses) acrescido de aumento real de 0,5%, os salários dos bancários terão uma correção de 10,97% a partir de 1º de setembro. O acordo foi firmado ainda no ano passado, com validade de dois anos. A Convenção Coletiva tem alcance nacional e, portanto, vale para todos os mais de 450 mil trabalhadores do setor em todo o país.

O reajuste de 10,97% dos bancários se aplica também ao vales refeição (que passa a R$ 41,92 ao dia, multiplicado por 22 (dias úteis por mês)) e alimentação (R$ 726,71 ao mês, inclusive com 13ª carga). Além disso, incide sobre todas as verbas que fazem parte dos vencimentos, inclusive as parcelas fixas da participação nos lucros ou resultados (PLR).

O reajuste dos bancários na economia

Desse modo, segundo o Dieese, o reajuste dos bancários deve representar injeção de recursos na economia de quase R$ 16 bilhões nos próximos 12 meses. Isso porque, considerados apenas os salários, o volume adicional na renda da categoria corresponderá a R$ 6,44 bilhões.

Considerando-se a PLR, uma parcela nos próximos dias e outra no início do ano, são mais R$ 8,44 bilhões. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região oferece aos associados, em seu site, um simulador de cálculo da PLR.

E a entidade afirma, ainda, com o reajuste dos bancários nas verbas como vale refeição e alimentação, o impacto deve superar R 1 bilhão. “Isso ajuda mercados, bares e restaurantes, enfim, o setor do comércio, que precisa desta injeção neste momento”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Juvandia valoriza o resultado na campanha salarial do ano passado, que assegurou por antecipação o reajuste dos bancários com aumento real neste ano. “O reajuste mostra o acerto do acordo de dois anos negociado pelo Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban em 2020. Para nós, é motivo de comemoração, pois seremos uma das poucas categorias a ter reajuste com aumento real neste ano. No caso dos trabalhadores de bancos públicos, talvez sejam os únicos entre as empresas públicas a conquistarem aumento acima da inflação”, observou.

Campanha “histórica” – relembre

Como as coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva e Juvandia Moreira, avaliaram o acordo celebrado no ano passado, no auge da pandemia, com validade até 31 de agosto do anos que vem.