Por Luiz Carlos Motta
Pesquisa do último Datafolha perguntou aos brasileiros, se eles acreditam que pode haver violência política no dia da eleição, em 2 de outubro. Infelizmente, cerca de 40% dos eleitores considera uma grande probabilidade de que aconteçam casos de violência no País.
Caro leitor. Você que lê diariamente as notícias políticas e policiais neste prestigioso veículo, deve estar preocupado, como eu, com esses dados. A polarização tem feito com que, simples divergências de opinião, descambem para brigas desnecessárias. Essas brigas, em muitos casos, terminam em crimes e, um assunto que deveria ser de política, passa a ser de polícia.
Em todas as cidades por onde tenho caminhado, as pessoas querem saber minha opinião sobre o assunto. Sempre digo que não adianta combater a violência usando meios violentos. Para a busca da paz, precisamos usar o diálogo e estratégias pacíficas. É assim que evoluímos como cidadãos.
Constituição
O processo eleitoral deve respeitar as diferenças. Intolerâncias são inaceitáveis. Deve prevalecer o pleito pacífico, a vontade do povo nas urnas. Essa vontade é soberana.
Tenho lembrado que a Constituição de 1988 inclui cidadania, dignidade do ser humano e pluralismo político em seus fundamentos. É a Constituição Federal que garante o direito à livre manifestação do pensamento e a liberdade de consciência. Assim, a discordância política deve ser exposta com argumentos, que se baseiam na democracia e, não pela força. A discordância deve eliminar agressões verbas e, muito menos físicas.
Diante desse cenário revelado pela pesquisa, os órgãos de segurança pública têm de assegurar a paz em todo o território nacional, entre outras ações que garantam uma eleição, sem qualquer espécie de violência.
Você também pode ajudar no combate à violência, não compartilhando fake news, uma das geradoras de discussões. Estimule seus familiares, amigos, vizinhos e colegas de trabalho a não aceitarem provocações de qualquer natureza.
Adversário político não é inimigo. E mesmo que assim seja considerado, deve ser respeitado. Não dê ouvidos a argumentos que estimulam desobediência às regras eleitorais ou suspeitas sobre a segurança das urnas, por exemplo. Defenda sempre o estado democrático de direito e o direito à liberdade de expressão e de escolha. Assuma um lado, o lado da paz!
Abstenção
Outra constatação preocupante da mais recente pesquisa Datafolha: 9% admitem a possibilidade de não voltar por absoluto medo do que poderá acontecer no dia do voto.
Observe que os índices de abstenção foram elevados nas últimas eleições, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. O processo eleitoral de 2020 para eleição de prefeitos e vereadores, será lembrado como o que apresentou abstenção acima da média. Naquele ano, havia o medo de contaminação em plena pandemia.
Este ano, o medo da violência não pode atrapalhar a festa da democracia. O exercício do voto não poder ser cerceado por temor e ameaças! Fale com todos sobre a necessidade de ir votar, de praticar a cidadania e a democracia com a paz que todos os brasileiros merecem.
Luiz Carlos Motta é Deputado Federal (PL/SP)