Me diz o velho comunista que vive em mim: “As massas estão em movimento”.
Mas é para brincar o carnaval em blocos, antecipando o tríduo momesco (expressão arcaica).
Multidões de jovens de todas as idades aglomeram-se nas ruas, nas grandes e pequenas cidades, com a animação de quem busca um pouco de desabafo e alegria gregária.
Quando chegar mesmo o carnaval será a vez das festas mais institucionais e televisivas, os desfiles e os bailes. Até lá o Brasil se diverte, apesar dos problemas, nas ruas e com a imensa criatividade do povo.
Como não podia deixar de ser o Rio de Janeiro, cidade e estado castigados pela violência, pela crise e pela incúria, dão o exemplo com marchinhas, sambas, funks e outras formas musicais, cantando aquilo que se poderia chamar de temas politizados ou de escracho às autoridades e às situações escandalosas.
A luta contra a deforma previdenciária e a preocupação com os votos dos parlamentares não poderiam faltar. E a marchinha (quase frevo) “Vota mas não volta”, de Pedrinho Miranda, cantada por Luís Felipe Lima explode nas ruas e viraliza nas redes sociais (obrigado, Carlos Monte, pela informações).
Reproduzo sua letra:
Seu deputado / seu senador / toma cuidado / olha a revolta / pois se votar / na reforma do Temer / vota mas não volta.
Respeite o aposentado / valorize o servidor / não entre nessa cilada / reforma do Temer / já tá bichada.
A gravação é patrocinada por um grande número de entidades sindicais de servidores públicos e passa o seu recado e o seu alerta aos deputados e senadores que dificilmente deixarão de prestar atenção a ela, ainda mais cantada por mil bocas.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical