PUBLICADO EM 02 de set de 2024
COMPARTILHAR COM:

Velhos e novos dilemas do mundo do trabalho, desafios para o movimento sindical

A união da categoria e a negociação salarial são as armas que a classe operária tem para lutar nas trincheiras do mundo do trabalho contra o poder econômico, que visa o lucro pela exploração da mão de obra. Somente com o fortalecimento do movimento sindical conseguiremos reconstruir as relações de trabalho e enfrentar os desafios que a revolução tecnológica nos impõe. Com o mercado de trabalho aquecido, é urgente discutir a reestruturação e a adaptação às novas formas de trabalho.

O governo Lula colocou o movimento sindical no cerne da questão ao reunir dirigentes sindicais, autoridades e pesquisadores brasileiros e internacionais no seminário “Desenvolvimento Mundo do Trabalho”, no BNDES, na semana passada. Promover o protagonismo do movimento sindical é uma decisão assertiva do governo, uma vez que o sindicato é a única entidade capaz de formalizar uma convenção coletiva, que, hoje, se sobrepõe à legislação trabalhista.

É necessário reestruturar a organização sindical para compreender as mudanças e tornar a tecnologia uma ferramenta aliada da força de trabalho. É inaceitável que o capital coordene os debates sobre a produtividade e o mundo do trabalho, uma vez que esse processo está contribuindo para a redução das vagas de emprego.

Os trabalhadores sem qualificação profissional são os principais alvos do avanço tecnológico. Dessa forma, devemos cobrar políticas públicas de inclusão e estar nas ruas para retomar o diálogo, sobretudo com os mais jovens, para aumentar a conscientização e diminuir a exploração. A Reforma Trabalhista acentuou ainda mais as mazelas do mercado de trabalho, heterogêneo e precário.

O papel do movimento sindical é dar voz aos trabalhadores invisíveis que não são reconhecidos e estão excluídos das políticas públicas.

Precisamos ter um olhar atento para o futuro. A carteira de trabalho assinada e a filiação sindical não podem ser vistas como um privilégio. A redução das desigualdades não se limita à adoção de políticas públicas. Este é um chamado social que envolve diversas organizações, sendo o sindicato uma delas.

O grande capital não é mais representado pelo dono da fábrica, mas pelos especuladores do mercado financeiro, que não produzem nada e dominam a tecnologia. A luta sempre será desigual. A tecnologia deve ser usada para promover o bem-estar humano e o conhecimento para assegurar a existência da humanidade. A ascensão da classe operária só será efetiva quando conseguirmos melhorar os salários, reduzir a carga horária e remunerar o ócio. O trabalhador precisa ter conhecimento e acumular energia para produzir de forma eficiente. Tais conquistas devem ser estabelecidas em uma convenção coletiva para que todos possam se beneficiar das mudanças em curso. Há muito o que ser feito.

Por Eusébio Pinto Neto,
Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

  • LEONARDO DEL ROY - CONATIG

    Os nossos Sindicatos tem procurado fazer o seu Papel com as Convenções Coletivas de Trabalho, temos na Convenção dos Gráficos mais de oitenta condições acima da Lei, mas isto não tem sido suficiente pois as normas da Reforma Trabalhista tem impedido nas empresas que muitos não tenham acesso às nossas Convenções , com os Acordos Individuais, Mão de Obra Temporária, Terceirizações, PJ e muitas outras situações que impedem que muitos tenham este direito, este é o maior desafio que estamos enfrentando – Conatig;

QUENTINHAS