O mundo parou. Teve que parar para enfrentar a pandemia do novo coronavírus que já contaminou milhões de pessoas, levando muitas vidas. O mundo parou com o isolamento social por ser a maneira mais eficaz de vencer o vírus neste momento.
No Brasil, sem a condução necessária do Ministério da Saúde, o desgoverno federal não se incomoda com o número crescente de mortes, ao contrário, parece festejar. Não dá a mínima para a vida de quem sobrevive a duras penas do minguado salário todo mês.
Mas luzes de esperanças se ascendem em todo o mundo. Assistimos as imensas manifestações nas maiores cidades dos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial.
O Vietnã, pequeno país do sudoeste asiático, venceu o coronavírus com uma condução exemplar ao combate à pandemia, com uma quarentena rigorosa, a obrigatoriedade do uso de máscara e testagem em massa.
A China fez um esforço gigantesco e superou o pior da crise sanitária dos últimos anos. A Coreia do Sul também consegue conter a contaminação e países europeus aos poucos vão retomando a vida fora de casa.
Temos também o exemplo de abnegação e dedicação à medicina dos médicos cubanos que se espalham pelo mundo para ajudar a vencer a crise sanitária. Inclusive foram indicados para o Prêmio Nobel da Paz.
Enquanto isso, no Brasil a contaminação só cresce por falta de uma atuação eficiente para conter a Covid-19. A desigualdade social e o desrespeito à vida humana aceleram o contágio e por isso não se deve relaxar a quarentena porque mais vidas ainda podem ser perdidas para um vírus que pode ser controlado com inteligência, vontade política, informação transparente e cuidados com a higiene.
As luzes da esperança chegam ao Brasil em movimentos e na frente ampla que se esboça contra o fascismo. Cresce o movimento Somos 70% para unir todas as forças democráticas do país e a Marcha pela Vida, que ocorre virtualmente na terça-feira (9) mostra a disposição da maioria da população em tirar Jair Bolsonaro da Presidência para salvar o Brasil.
O Congresso vai dando sinais de começar a entender o drama vivido no país sem condução por falta de um governo comprometido com a Constituição, com a liberdade, com o trabalho, com a educação e saúde públicas e com a vida. Várias manifestações dos movimentos populares e democráticos por um país mais igual e justo despontam nas redes sociais e alguns nas ruas enfrentando as cada vez mais pequenas forças do retrocesso e do ódio.
Cresce, assim, a certeza de que tudo vai passar como na música de Chico Buarque e Francis Hime: “Vai passar nesta avenida um samba popular e cada paralelepípedo da velha cidade vai se arrepiar”, imagine então a alegria de quem sempre esteve na luta por justiça social.
A unidade de todos os movimentos sociais e partidos políticos contra o obscurantismo, em defesa da vida, da valorização do trabalho, do desenvolvimento sustentável com combate às desigualdades.
Vai passar porque juntos somos mais fortes e nada pode deter a força da unidade em torno do bem comum, da natureza e da vida.
Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).