Os trabalhadores brasileiros enfrentam os piores sofrimentos das últimas décadas como reflexos da pandemia: desemprego, redução de salários e de renda, aumento do custo de vida, do número de infectados e mortos pela Covid-19.
Recente estudo de dois dados divulgado pelo IBGE traz preocupações. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) apontou que a taxa média de desocupação, em 2020, foi recorde em 20 estados. Acompanhou a média nacional, que aumentou de 11,9%, em 2019, para 13,5% no ano passado, a maior da série histórica, que vem sendo divulgada há nove anos. No intervalo de um ano, o Brasil perdeu 7,3 milhões de empregos, chegando ao menor número da série atual de ocupados, ou seja, com 86,1 milhões.
Inflação
Outro dado recente do IBGE está relacionado com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial. O índice avançou 0,86% em fevereiro, acima da taxa de 0,25% registrada em janeiro deste ano. O IPCA acumula alta de 1,11% no ano e, em 12 meses, de 5,20%. Entre os itens que mais subiram estão os combustíveis, educação, alimentação e bebidas.
Ainda segundo o IBGE, se considerarmos o período de 12 meses (desde o início da pandemia) os preços dos alimentos subiram 15% no Brasil, quase três vezes a taxa oficial de inflação do período. Todos são prejudicados pela inflação, mas os maiores impactos se dão sobre os trabalhadores, principalmente em relação aos desempregados, dado à questões como o peso da alimentação no orçamento doméstico.
Esperança
Por outro lado, vejo que ainda há esperança de melhoria do cenário. Tenho participado intensamente na votação da PEC do auxílio emergencial que, embora modestamente, ajuda a colocar comida na mesa do trabalhador e irrigar a economia. Também votei a favor de leis que vão beneficiar trabalhadores em eventos e em turismo, entre outros.
Na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara dos Deputados, onde sigo como titular, vou continuar debatendo as principais pautas trabalhistas, combate à precarização das relações do trabalho e defesa dos direitos da classe trabalhadora. As comissões voltaram a funcionar depois de um ano paradas em razão da pandemia. Cabe a elas, analisar as propostas a serem discutidas em plenário.
Também tenho me empenhado na aprovação de leis para auxiliar os micro e pequenos empresários a obter financiamentos para que não fechem suas portas e, assim, não contribuam para o aumento do desemprego, que passa de 14 milhões de pessoas.
Os empregos devem ser retomados com a retomada da economia. E para a retomada da economia é preciso reduzir o número de infectados e de vítimas da pandemia. Por isso, tenho defendido maior agilidade na aquisição, distribuição e aplicação das vacinas. Precisamos ter mais opções de vacinas. Estamos numa situação de extrema vulnerabilidade. E a responsabilidade pela vida é de todos nós.
Luiz Carlos Motta é Deputado Federal (PL/SP)