PUBLICADO EM 10 de maio de 2021

Sobre qual liberdade fala Bolsonaro?

O discurso feito ontem, 9/5, por Bolsonaro em relação à liberdade, ao direito de ir e vir da população, não passou de mera encenação. Tudo para esconder a sua incompetência e recusa em ajudar financeiramente as pessoas a ficarem em casa e desse modo se proteger da contaminação pelo novo coronavírus. Ao mesmo tempo que despeja cerca de R$ 1 trilhão nos bolsos dos banqueiros e agiotas oferece migalhas (R$ 175,00/mês) a uma parcela da população hoje completamente desassistida e com 19,3 milhões passando fome.

O discurso feito ontem, 9/5, por Bolsonaro em relação à liberdade, ao direito de ir e vir da população, não passou de mera encenação. Tudo para esconder a sua incompetência e recusa em ajudar financeiramente as pessoas a ficarem em casa e desse modo se proteger da contaminação pelo novo coronavírus. Ao mesmo tempo que despeja cerca de R$ 1 trilhão nos bolsos dos banqueiros e agiotas oferece migalhas (R$ 175,00/mês) a uma parcela da população hoje completamente desassistida e com 19,3 milhões passando fome.

Sobre qual liberdade fala Bolsonaro? Da liberdade do trabalhador se expor, de ser transportado em ônibus, vans, trens e metrôs lotados, ser contaminado e vir a morrer quando, com a ajuda do governo, poderia permanecer em isolamento evitando assim que o vírus se espalhasse?

Fala de liberdade de ir e vir para esconder a dura realidade enfrentada por milhões de trabalhadores inseridos na economia informal, parcela dos quais vivendo precariamente, vez que arrisca cotidianamente sua vida em troca de uma miséria renda insuficiente, pois, para lhe garantir o mínimo de dignidade.

Fala do direito da maioria trabalhar quando até agora, depois de 1 ano e 5 meses, seu governo não adotou uma única medida para debelar os altos índices de desemprego (hoje em 14,5 milhões, mais 5,9 milhões em desalento), e que a pandemia apenas os agravou, pois em fevereiro de 2020 estes já estavam nas alturas, em torno de 12,3 milhões de pessoas sem ocupação, segundo o IBGE.

Não por acaso que em 2019 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não passou de um mero ‘pibinho’ de 1,1%. O que nada representa para uma economia como a brasileira. Em 2020 a queda do PIB foi de 4,1%.

Tanto Bolsonaro quanto Guedes, dois mentirosos, arrogantes e farsantes, nada fizeram até agora para recolocar a economia na rota do crescimento gerando emprego e renda à classe-que-vive-do-trabalho.

Suas ações – todas – possuem efeitos deletérios, pois estão contribuindo para desmontar o Estado nacional e destruir o pouco de cidadania social até então existente com base nos direitos.

Não dá para aceitar que, diante dos escândalos que se sucedem no âmbito do governo, com o crescimento do número de mortes pela Covid-19 que já ultrapassa 400 mil, e ainda pela violência policial contra os pobres na periferia das cidades brasileiras, Bolsonaro venha semanalmente ameaçar a sociedade com intervenção militar no sentido de silenciar as vozes contrárias aos desmandos e a covardia que permeiam as suas ações.

Que a CPI da Covid instalada no Senado da República apure com rigor a maneira como este governo vem conduzindo suas ações em relação à pandemia e, ao final, possa apontar seus erros e maldades de modo que os culpados pelo caos que o país enfrenta sejam denunciados à justiça e exemplarmente punidos.

José Raimundo de Oliveira é historiador, educador e ativista social

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