PUBLICADO EM 13 de dez de 2017
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Sobre comunicação sindical e jornalismo: NÃO às demissões!

Pelo jeito, parece que, por mais que tenhamos nos esforçado, sindicatos e centrais sindicais não entenderam nada do que significa o jornalismo sindical. Obviamente me sinto sem chão ao me deparar com a recente onda de demissões de jornalistas na área.

Afinal, há trinta anos, minha principal ocupação tem sido fazer jornalismo sindical e conversar com os trabalhadores sobre a importância de termos a nossa própria comunicação. Uma comunicação que nos diga respeito e que seja de interesse de nossa classe. Repito esse mantra com a esperança dos que acreditam que, um dia, superaremos esse sistema de exploração e injustiça e teremos, ainda na terra, uma sociedade justa e igualitária.

De uma hora para outra, vejo tudo o que construímos começar a cair como um castelo de cartas. Demissões no Sul, no Sudeste, no Nordeste, no Norte.

É assim que pretendemos superar a crise a que o fim do imposto sindical levou os sindicatos? Será que vai acabar mesmo? A Justiça do Trabalho está reagindo. Ela sabe que se não reagir, ela também acaba.

Como vamos conquistar trabalhadores e trabalhadoras para se sindicalizarem e manterem com orgulho suas entidades de classe, se não houver comunicação?

E comunicação é feita de diversos métodos e com diversos fins.

Eu continuo acreditando naquela que é feita por profissionais da área, por jornalistas, juntamente com os eleitos pela categoria para dirigir suas entidades, e com a participação da base. Isso mesmo, com a participação da base.

Podemos transformar tudo numa grande transmissão ao vivo apenas. Podemos concorrer com os nossos inimigos de classe, tentando usar as mesmas armas deles, tentando fazer igual. Mas, aí, vamos perder. Eles são muito maiores. Por outro lado, podemos fazer diferente. Esse fazer diferente precisa de gente comprometida e capacitada. Ou seja, não comporta a demissão em massa de jornalistas sindicais.

Se o dinheiro acabou, vamos pensar juntos como fazer a luta. É ela que nos interessa.

Claudia Santiago Giannotti, Jornalista, professora de História e fundadora e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação.

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