PUBLICADO EM 21 de maio de 2024
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Porque catástrofe política ambiental

A catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, tem raiz no modo de produção capitalista. Foto: Lauro Alves/ Secom

A catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, tem raiz no modo de produção capitalista. Foto: Lauro Alves/ Secom

Por Alex Saratt

O evento climático extremo que atinge o Rio Grande do Sul desde fins de abril e que resultou em mortes, destruição, enchentes recordes, paralisação da vida cotidiana e milhares de desalojados e desabrigados precisa ser tratado conforme foi: uma catástrofe político-ambiental.  De início é necessário classificar o conjunto de acontecimentos como verdadeira catástrofe, tamanha a extensão e violência de suas proporções e impactos. Não há nada que se compare ao que houve nesse episódio.

Dito isso, sem delongas, vamos para o fulcro da questão: foi o que foi e o que vimos e vivenciamos por motivos explicitamente políticos e consequências ambientais. Desde o negacionismo científico, passando pela voracidade da exploração oportunista e indo até a negligência dos poderes públicos e políticos, todas as variáveis inevitavelmente envolvem as concepções e práticas políticas. Seja a redução das leis de proteção e preservação da natureza, seja o sucateamento das empresas e serviços estatais, qualquer análise e explicação terá nas decisões políticas de governos, parlamentos, empresa, mídias e outros atores a origem de todo problema.

Falência do modelo de produção capitalista

As mudanças climáticas provocadas pelo meio de produção capitalista expressam não só a falência desse modelo, como também encontram em seus gerentes políticos um adversário poderoso, intransigente e irresponsável, determinados que estão em fazer do lucro máximo a sua razão de ser e existir. Por óbvio, a consequência será drástica, aguda e cruel para a sociedade e seu meio-ambiente. A frequência e o rigor das ocorrências climáticas terão constante e permanentemente a caracterização de catástrofes.

O tempo histórico colocou à fórceps o tema ambiental como um elemento político de importância societária e civilizatória e a correspondente exigência política para a plataforma dos trabalhadores classistas. Não é admissível que a pauta e programa do sindicalismo e da esquerda abdique da temática, tampouco podemos – em nome da união e solidariedade – deixar que as responsabilidades e culpas se diluam ou sejam ignoradas. Há polarização – e luta de classes – nesse processo e compete aos setores de vanguarda agir inteligentemente para se possam mudar a matriz produtiva em método e finalidade   e também de conscientizar que é pela política e com a preocupação sincera com a natureza que se construirá um novo poder.

Alex Saratt é 1° vice-presidente do Cpers, Diretor Adjunto da CNTE e Secretário de Comunicação da CTB RS

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