PUBLICADO EM 26 de maio de 2020
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Pestilencial quadrilha de insolentes

Passados alguns dias da estarrecedora apresentação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril fica cada vez mais claro o desprezo de seus participantes para a situação catastrófica pela qual passava (e ainda passa) o povo brasileiro.

Passados alguns dias da estarrecedora apresentação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril fica cada vez mais claro o desprezo de seus participantes para a situação catastrófica pela qual passava (e ainda passa) o povo brasileiro.

Durante duas horas o que seria uma apresentação e discussão do plano pró Brasil transformou-se em uma “pestilencial quadrilha de insolentes” (na frase de Cícero, garimpada por João Franzin) comandada pelo presidente da República com seus arroubos e maus modos e secundada por bajuladores raivosos; às favas o Brasil!

Já faz parte da história, mas estes comportamentos lamentáveis continuam infelicitando o país.

Nos assuntos diretamente ligados às preocupações sindicais e às ações necessárias continua vigente a necessidade de enfrentar a doença e os ataques aos trabalhadores.

Os números recentemente divulgados por várias fontes confirmam a acelerada deterioração da situação sanitária com o Brasil ascendendo à trágica pole position da doença e com a deterioração das relações do trabalho.

A esmagadora maioria de acordos e convenções salariais negociadas neste último período aponta uma enxurrada de resultados que não conseguiram repor a inflação (mesmo que muito baixa).

Registre-se também um número impressionante de ações trabalhistas decorrentes dos efeitos da Covid-19 e das tentativas fraudulentas de muitas empresas de demitirem sob a cobertura dos artigos 486 e 501 da CLT, judicializados com razão pelos trabalhadores e criticados fortemente pelo Ministério Público do Trabalho.

As direções sindicais preocupam-se com a votação iminente da MP 936 em uma correlação de forças congressual piorada depois das tratativas do presidente da República com o Centrão.

Enquanto isso os auxílios emergenciais para as micros, pequenas e médias empresas (empoçados pelos bancos e burocratizados pelos agentes públicos) não se efetivam, o que determinará no início do mês uma quebradeira de empresas e demissões em massa.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical

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