PUBLICADO EM 05 de jan de 2024
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Perseguição ao Padre Júlio Lancellotti visa reforçar o ódio pobres; por Professora Francisca

Padre Julio Lancellotti. Foto Instagram

Padre Julio Lancellotti. Foto Instagram

A estratégia do vereador paulistano Rubinho Nunes (União Brasil), um dos fundadores Movimento Brasil Livre (MBL), nazista, de incriminar o trabalho do Padre Júlio Lancellotti na sua incansável defesa dos direitos das pessoas em situação de rua, é aprofundar o ódio contra os mais pobres para beneficiar a especulação imobiliária e justificar o genocídio das pessoas em situação de vulnerabilidade.

É a velha tática nazista de nomear um inimigo para arregimentar apoio à ideia de supremacia dos mais ricos e brancos, contra tudo o que diz respeito aos direitos humanos, direitos do trabalho, sociais e individuais.

Com essa proposta inócua de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) e o Padre Júlio que alimentam e fornecem apoio a essa população abandonada pelo poder público municipal na capital paulista, fica evidente a proposta do ódio, da violência e do extermínio de pessoas em situação de rua e de dependentes químicos pobres.

Sem levar em consideração que são mais de 100 mil pessoas em situação de rua no estado de São Paulo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mais de 35 mil somente na capital.

Em ano eleitoral, a intenção passa por criminalizar os defensores dos mais vulneráveis, dos direitos humanos e de uma vida digna a todas as famílias, seja de que tipo for. Junta-se a isso o lobby de grandes empresas de especulação imobiliária, numa cidade que tem pelo menos 30 mil imóveis abandonados, uma pequena parte deles ocupados por movimentos de luta por moradia. Ao contrário disso, é preciso pensar maneiras de zerar o déficit habitacional na cidade e no estado, além, de políticas de criação de empregos com carteira assinada e salário digno.

Par possibilitar às famílias manterem suas filhas e filhos na escola , sem necessidade de ajudarem no orçamento doméstico. Além de investimentos massivos em educação pública para manter as crianças e jovens na escola, tirando a possibilidade de aliciamento pelo tráfico nas periferias.

Além do que a “guerra às drogas” falhou no mundo inteiro por partir da premissa de que isso é caso de polícia e não de saúde pública. A extrema direita elege essa população vulnerável e sem voz como inimigos a serem abatidos.

Por isso, o vereador nazista usa a Cracolândia como retórica para instigar o ódio aos mais pobres, aos negros, às mulheres, aos LGBTs, aos dependentes químicos pobres. A extrema-direita não quer resolver nada, quer apenas tumultuar para favorecer o seu discurso fácil, incapaz de pensar maneiras concretas de solucionar os problemas sem matar ou violentar ninguém.

Porque essa é uma questão social complexa e somente com um amplo debate sobre a possibilidade de não haver pessoas em situação de rua e como enfrentar o tráfico de drogas. Um bom trabalho foi feito durante a gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo, quando os dependentes químicos tiveram acompanhamento psicológico, assistência social e eram encaminhados ao trabalho, mesmo que os resultados sejam lentos, mostrou-se uma maneira eficaz de acabar com a Cracolândia sem exterminar vidas.

Mas o fácil discurso de ódio aos mais pobres, aos pretos e a todas pessoas vulneráveis que incomodam os brancos ricos não mede esforços em limitar o pensamento e o debate sobre o tema. Por isso, essa CPI não tem nenhum fundamento.

Em vez desse vereador gastar o seu tempo para exigir que a prefeitura tenha políticas públicas efetivas de habitação e de combate ao tráfico de drogas juntamente com o estado e o governo federal, para São Paulo não ter pessoas em situação de rua e nem a Cracolândia, ele visa achincalhar quem faz o trabalho que os governantes deveriam fazer. Porque há que se combater o tráfico com punição àqueles que lucram com o tráfico e por isso não querem o seu fim.

A repercussão dessa CPI demonstra que amplos setores da sociedade não aguentam mais a política do ódio, da violência, da discriminação. O Padre Júlio teve apoio do presidente Lula, do Papa Francisco, de diversos partidos políticos, de setores muito diferentes da sociedade, o que pode minar essa CPI sem sentido. Porque o trabalho do Padre Júlio Lancellotti tem reconhecimento nacional e mundial.

Professora Francisca é diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), secretária de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretora da CTB-SP.

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  • Sinval Neto

    Assim como agora é a hora desses politicos atacarem por todo lado, também é hora dos eleitores e grupos politicos organizados botar fora esses pré candidados que nada contribuem para um gigantesco problema como esse em que Pe. Julio abraca com tanta maestria.

QUENTINHAS