A greve geral e as manifestações que ocorreram no dia 14 de junho demonstraram o empenho, a vontade unitária e a capacidade de luta dos trabalhadores e seus aliados. Foi um passo à frente.
No Brasil inteiro, em pelo menos 350 cidades, constatou-se a vontade militante e foram erguidas as faixas contra a deforma previdenciária, contra os cortes na Educação e pela retomada do crescimento econômico com a criação de empregos.
Em muitas delas as fábricas, as escolas públicas e privadas, os bancos e os serviços foram paralisados. Metalúrgicos, professores, bancários, comerciários, petroleiros, condutores, metroviários todos deram sua contribuição efetiva cruzando os braços nos locais de trabalho ou não comparecendo a eles.
Nas capitais e grandes cidades, mas também em inúmeras cidades menores, as manifestações foram muito fortes e em sua quase totalidade ordeiras e pacíficas. Os pouquíssimos casos de violência podem ser atribuídos a exaltados que contrariaram as orientações das centrais sindicais e foram manipulados pelos serviços de segurança ostensivos ou clandestinos.
14 de junho foi uma grande jornada sindical, demonstrando a relevância do movimento dos trabalhadores nas discussões que ocorrem no Congresso Nacional e na sociedade.
Como se tratava de uma demonstração de força e de unidade não houve, como consequência da greve, uma mudança efetiva na correlação de forças políticas e sociais, mas houve um acúmulo de forças no campo sindical e um esclarecimento maior dos trabalhadores e da sociedade. O posicionamento unitário das centrais sindicais ficou mais consolidado.
Embora tenha caído na mídia grande uma cortina de silêncio sobre os resultados da greve geral e das manifestações os acontecimentos do dia 14 de junho estão tendo grande repercussão na conferência mundial da OIT que está acontecendo em Genebra; a delegação sindical brasileira tem informado aos colegas estrangeiros o balanço da jornada e reforçado as denúncias sobre as ações antissindicais do governo.
A grande falha ocorrida na greve foi a clamorosa traição aos propósitos afirmados e confirmados solenemente por dirigentes rodoviários de São Paulo, que ainda devem aos trabalhadores, às direções sindicais e à sociedade uma explicação do acontecido e uma autocrítica do vergonhoso passo que não deram.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Ernest Brando
Se o passo é vergonhoso , fizeram bem em não fá-lo