Quero chamar a atenção dos leitores para a publicação do Nexo Jornal (https://www.nexojornal.com.br/grafico/2019/05/02/O-perfil-das-pessoas-associadas-a-sindicatos-no-Brasil-em-2017) “O perfil das pessoas associadas a sindicatos no Brasil em 2017”, assinada por Caroline Souza e Gabriel Zanlorenssi.
Baseados no item V 4.097 da Pnad Contínua de 2017 que entrevistou 457.992 pessoas e lhes perguntou se estavam ou não associadas a um sindicato, os autores consideraram as pessoas de 15 a 80 anos e chegaram a uma taxa de sindicalização média de 14,9% ou seja, 15%.
Em seguida, apresentaram as várias tabelas consolidadas sob a forma de gráficos que, ordenados em relação à média (15%) em uma linha vertical figuravam graficamente os vários índices, à esquerda com menor taxa e à direita com maior.
Estes referem-se a: atividades econômicas mais sindicalizadas, taxa de sindicalização por posição no mercado de trabalho, por estado, por escolaridade, por raça/cor, por gênero, por idade, por renda mensal e por quantidade de horas trabalhadas por semana.
Depois foram apresentados, com gráficos de barras horizontais, os 20 grupos mais sindicalizados e os 20 grupos menos sindicalizados nas várias modalidades.
Quero destacar três aspectos que me chamaram a atenção.
O primeiro é a queda da taxa média de sindicalização que vinha se mantendo ao longo dos últimos anos em 18% e foi para 15%.
O segundo, o peso do sindicalismo dos trabalhadores rurais que se reflete, por exemplo, na taxa de sindicalização média de vários estados.
O terceiro e mais impressionante é a curva da taxa de sindicalização por idade que demonstra visualmente que os jovens são menos presentes nos sindicatos: 20 anos, 5%; 40 anos, na média; 60 ou mais anos, 20%.
O conjunto das informações (e, sobretudo, a forma gráfica elegante com que são apresentadas) ajuda, e muito, a compreender a realidade sindical e seus problemas. Nexo e os autores estão de parabéns.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical