O Brasil que desperdiça 27 milhões de toneladas de alimentos por ano é o mesmo, onde três em cada dez famílias não têm acesso suficiente a comida e passam fome. As crianças são as principais vítimas dessa triste estatística. A fome atinge hoje 37,8% dos lares com crianças de até dez anos, de acordo com estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN).
Além de não ter o que comer em casa, os brasileirinhos ainda sofrem com a redução expressiva nos recursos da merenda escolar. A verba destinada para a merenda está congelada desde 2017, a inflação dos alimentos, no entanto, ultrapassa os 43%, desde o início da pandemia. Covardemente, Bolsonaro vetou o aumento de 34% nos recursos para a merenda, previsto no orçamento do próximo ano. A falta de alimentação adequada nessa fase da infância compromete o desenvolvimento físico e cognitivo da criança.
De acordo com a primeira etapa da pesquisa divulgada em junho, 1 em cada 3 brasileiros já fez alguma coisa que lhe causou vergonha para conseguir comida. Mas quem não tem vergonha é esse governo que usa a fome como moeda de troca. O aumento do valor do Auxílio Brasil não surtiu o efeito necessário no combate à fome. Muitos brasileiros continuam sem acesso ao benefício, principalmente os mais vulneráveis. Só no Rio de Janeiro, onde quase três milhões de pessoas estão em situação de fome, mais de 115 mil aguardam na fila para serem incluídos no Auxílio Brasil, que para muitas famílias dá apenas para uma semana de comida na mesa.
No país de mais de 33 milhões de famintos, Bolsonaro e seus aliados praticam a política do “toma lá dá cá!” para alavancar a campanha nessa reta final. Na semana passada, uma diarista foi humilhada por um empresário bolsonarista, desumano e covarde. Em vídeo gravado pelo próprio asno, ele pergunta a mulher que recebe doações de marmitas em quem ela vai votar. Ao ouvir que ela vai votar em Lula, o homem anuncia que não ajudará mais. E não vai precisar ajudar mesmo, afinal Deus é brasileiro e o país vai se livrar dessa corja.
Falta muito pouco companheiros para o povo voltar a ter comida na mesa, dignidade, alegria e principalmente paz. Essa é a hora de unirmos forças para derrotar esse desgoverno. Vamos reescrever esse capítulo da história para que o Brasil não volte a repetir no futuro os erros do presente.
Por Eusébio Pinto Neto, presidente do SINPOSPETRO-RJ