O Dia de Finados foi instituído para lembrarmos de nossas perdas queridas e homenagear aqueles que nos deixaram. Neste ano, por mais paradoxal que possa parecer vamos celebrar a vida no Dia dos Mortos.
A pandemia da covid-19 já levou mais de 600 mil vidas, entristecendo mais de 600 mil famílias com suas perdas. Óbvio, mas necessário dizer. Sabemos que a maioria dessas vidas que se foram, poderiam ter sido poupadas não estivéssemos sob a égide de um governo genocida, anticiência, antivacina, anti bom senso.
Um verdadeiro desgoverno que isolou o Brasil do mundo, um desgovernante que nenhum outro país quer dialogar. Um presidente que não é presidente, garoto propaganda da indústria de armas, do descaso com a coisa pública e com os mais pobres. Um governo comprovadamente compromissado coma morte pela CPI da Covid, no Senado. E nada acontece.
Nem mesmo o Tribunal Superior Eleitoral cassou a chapa Bolsonaro-Mourão, mesmo reconhecendo que os disparos em massa de fake News mudaram o resultado eleitoral em 2018. Fora as manobras da operação Lava Jato, que beneficiou a candidatura de Jair Bolsonaro.
O resultado estamos vendo. Um presidente que zomba da dor pela perda de entes queridos. Zomba do sofrimento alheio. Um governo da morte, da fome, da miséria e dos serviços públicos sob intenso ataque, o dólar nas alturas em benefício de investimentos em empresas offshore em paraísos fiscais. As pessoas estão comendo lixo e a mídia patronal está preocupada com o teto de gastos.
O país está afundando feito um Titanic sem rumo e a burguesia procura um candidato a qualquer custo para impedir as forças realmente progressistas de voltar ao poder para colocar o país novamente nos trilhos do desenvolvimento soberano, com valorização do trabalho e da vida digna para todas as pessoas.
Por isso, neste Dia de Finados vamos celebrar a vida. A vida pela vacina, a vida pela educação, pela saúde, pelo SUS, pela arte, pela cultura. A vida sem preconceitos, sem armamento, sem opressão. A vida para salvar o planeta e buscar solução para a mudança climática. A vida sem fome.
Professora Francisca é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil.