A pandemia de Covid-19 motivou os brasileiros para o trabalho voluntário. Uma plataforma, que facilita o engajamento de voluntários em instituições, informa que foi registrado um aumento de 15% nas inscrições no ano passado. Outra notícia positiva é que 761 novas ONGs se cadastraram no site, o que representa um crescimento de 28% e leva o total de organizações cadastradas para 3.441.
Ajuda
Entre as pessoas que já realizaram voluntariado, 67,3% disseram que foram incentivadas por conhecidos, como membros da família, amigos, colegas de trabalho, da igreja, ou da faculdade. Os principais motivos pela opção para essa modalidade de trabalho foram: o interesse em ajudar pessoas (16%); a influência de outras pessoas (14%); e o interesse em apoiar uma causa específica (11%).
A plataforma procurou, também, descobrir as causas mais buscadas pelos voluntários. Educação está em primeiro lugar com 61%, e combate à fome e à pobreza, com 60%. Em seguida estão meio ambiente e sustentabilidade, com 52%, direitos humanos, com 50%, e saúde e bem-estar, com 47%.
O aumento do número de voluntários é uma ótima notícia uma vez que antes da pandemia. Outro levantamento, este do IBGE, apontava uma redução do número de voluntários no Brasil: de 7,2 milhões em 2018 para 6,9 milhões em 2019.
Aprendizado
Tenho observado que são os trabalhadores os que engrossam a lista dos voluntários. São pessoas altruístas, que pensam no próximo e doam o que podem para ajudar os mais necessitados. Uns doam objetos, alimentos, roupas e agasalhos, enquanto outros doam o que também é muito valioso: o seu tempo para as instituições que cuidam de vulneráveis. Praticam um voluntariado responsável, ou seja, cumprem escalas de trabalho e não deixam os demais membros da equipe na mão.
A pandemia trouxe esse aprendizado para todos nós. E esse aprendizado permanece. Agora surge uma nova oportunidade para demonstrar o interesse e a capacidade de ajudar os mais necessitados. Trata-se das campanhas que visam arrecadar roupas e agasalhos para o inverno. O crescente aumento do número de desempregados, de pessoas vivendo nas ruas, também demandam a filantropia e o carinho de cada brasileiro. É hora de buscar lá no fundo do seu armário, um agasalho que você não usa mais, e dar para quem precisa. Vale a pena reformar a peça em consideração a quem vai recebê-la.
Acolhimento
Outra dura realidade, que também cresce aos nossos olhos, é o número de pessoas passando fome. Igrejas, sindicatos, associações representativas da sociedade, governos; todos individual ou coletivamente, devem assumir a responsabilidade pelo voluntariado e pelos projetos que visam minimizar o sofrimento dos vulneráveis.
Não basta arrecadar cestas básicas. É preciso avaliar o quadro familiar, acolher e buscar soluções para garantir ao cidadão, a cidadania. A fome é apenas a ponta do iceberg social.
O que me anima é que as pesquisas indicam quem são os mais engajados nessas missões de solidariedade: as mulheres (73%) e os jovens, principalmente os da faixa entre 18 a 34 anos de idade.
Você pode ser um voluntário: basta ter boa vontade, bom coração e amor ao próximo. Há pessoas que se oferecem para levar o vizinho ao médico, sem pedir nada em troca. Outras, a se associar a alguma entidade com finalidades ligadas às benfeitorias e, até mesmo, uma visita a um hospital ou a uma instituição de longa permanência. Seja uma dessas pessoas e, com certeza, você será mais feliz!
Luiz Carlos Motta é Deputado Federal (PL/SP)