PUBLICADO EM 16 de nov de 2024
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Fim da escala 6×1: trabalho decente e humanização do trabalho

Alex Saratt fala sobre como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários pode gerar renda, saúde e bem-estar para os brasileiros.

Ato pelo fim da escala 6x1 em Brasília, dia 15/11/2024. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Ato pelo fim da escala 6×1 em Brasília, dia 15/11/2024. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A proposta de uma emenda à Constituição que regulamente a jornada de trabalho de modo a reduzi-la a patamares decentes e humanizados tomou a sociedade brasileira. País com uma das jornadas de trabalho mais elevadas do mundo, a condição atual lega aos trabalhadores baixos salários, exaustão, adoecimento, distanciamento da família e impossibilidade de realizar outras tarefas e sonhos.

A redução da jornada de trabalho sem redução de salários é bandeira histórica dos trabalhadores e associações profissionais de classe e se inscreve na atualidade como uma oportunidade de geração de novas vagas no mercado de trabalho, distribuição de renda, saúde e bem estar de indivíduos e famílias e avanço civilizatório em direitos.

Nas economias mais modernas e desenvolvidas, variações da proposta tem sido bem aceitas e alcançado os resultados previstos, sem nenhum impacto negativo na atividade laboral e produtiva. Aliás, combinada às inovações tecnológicas, o que se constatou foi o aumento da produtividade e dos ganhos.

Importante registrar que essa iniciativa tem especiais desdobramentos no mundo do trabalho quando pensamos na questão do ingresso da juventude e no alívio às mulheres (responsáveis pela chefia de 50% dos lares e ainda cumprindo a dupla jornada na maioria das vezes), também junto à população negra – estatisticamente a mais excluída, aviltada e desvalorizada quanto a oportunidades, jornada e renda – bem como traz consequências positivas para o sistema público de aposentadoria e seguridade social através de novas contribuições e valores arrecadados.

A hora de assegurar relações de trabalho decentes, dignas, que valorizem o ser humano e promovam o bem-estar e a felicidade das pessoas é o agora.

As primeiras movimentações apontam para um cenário de lutas muito difícil, mas pleno de oportunidades, possibilidades e responsabilidades e o papel das organizações coletivas – a começar pelos sindicatos – é tão relevante quanto a capacidade de comunicação e sensibilização, construindo – oxalá! – aquela que seria a mais relevante vitória e conquista dos trabalhadores desde muito tempo.

Alex Saratt, diretor do Cpers, da CNTE e da CTB.

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