PUBLICADO EM 30 de ago de 2020
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Eliminar as desigualdades

Milhões de brasileiros estão sofrendo muito com a estagnação econômica, que já estava entre nós mesmo antes desta maldita pandemia e foi alimentada por sérios erros políticos como: a reforma trabalhista, a terceirização sem limites, o congelamento dos investimentos sociais, os ataques ao movimento sindical e a reforma previdenciária.

A maioria está no sufoco. Muitos passando por dificuldades financeiras, por causa da redução de salário e/ou da renda e do fechamento de indústrias, comércios e serviços. Muitos estão desempregados, subocupados e desalentados (sem vontade ou condições de voltar a procurar emprego).

Um número imenso de pessoas é, em pleno século 21, ainda encontrado nos bolsões de pobreza e miséria, passando fome, sede, frio e correndo mais riscos de vida com a covid-19, sem nenhum apoio permanente e eficaz dos governos.

Enquanto isto, uma minoria continua cada vez mais abastada, no luxo, de costas para o Brasil real, com os bancos também seguindo nesta mesma trilha, obtendo lucros bilionários. Estas cruéis desigualdades econômicas e sociais, embora façam parte do legado histórico da escravidão e dos poderes políticos sempre elitistas, não podem ser nunca toleradas pela sociedade brasileira que se diz civilizada.

Façamos a nossa parte!

O auxílio emergencial de R$ 600, conquistado em ação do movimento sindical no Congresso Nacional, deve ser prolongado até, no mínimo, dezembro (nenhum real a menos). Pois os R$ 300 reais, como pretende agora o presidente Bolsonaro, é uma enganação, não dá pra nada, é uma miséria, não oferece condições para a maioria necessitada superar as dificuldades deste grave momento.

Dizer que não tem dinheiro é balela. Faltam ao governo vontade e competência política. Portanto, vamos atuar novamente junto ao Congresso e, vale reforçar, exigir os mesmos R$ 600 até, no mínimo, dezembro.

Além disto, nós, do movimento sindical unificado, levantamos também as bandeiras da valorização do SUS e dos profissionais da saúde pública, das frentes de trabalho contra o desemprego e o desalento e das campanhas salariais com reajuste digno e manutenção dos direitos das Convenções Coletivas de Trabalho.

Vale destacar que não existe reposição automática da inflação nos salários. A classe trabalhadora precisa dos sindicatos fortes nas mesas de negociação com a classe patronal para a garantia do reajuste salarial e dos direitos das Convenções Coletivas, superiores à legislação.

O empresariado que tenta desvalorizar os salários dos trabalhadores, além de estar agindo com maldade e depreciando o esforço de quem produziu o ano todo, mesmo sob os riscos da pandemia, esquece que um reajuste digno garante poder de compra aos salários, dá mais segurança financeira, gera consumo e movimenta a roda da economia nos bairros, na cidade, no Estado e no País.

A luta continua. A luta não para. A luta faz a lei!

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes

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