Às vésperas da jornada das mulheres no dia 29 em repúdio ao bolsonarismo registro, com orgulho, a orientação unitária majoritária das centrais sindicais de participação e apoio plenos emprestando a ela a experiência do movimento sindical na organização ordeira de grandes eventos, afastando os provocadores e os ameaçadores de violência e dando segurança às participantes.
As ativistas e as dirigentes sindicais têm, como mulheres trabalhadoras, uma dupla tarefa: repudiar o bolsonarismo em sua misoginia e discriminação antifeminista e denunciar o caráter antitrabalhista e antissindical dele.
Basta ler o programa apresentado pelo candidato (e registrado na Justiça Eleitoral) para perceber em seus cinco parágrafos dedicados ao tema a orientação reacionária cuja quintessência é a criação de uma nova carteira de trabalho “verde e amarela” que consagra a perda de direitos. Sobre esta proposta vergonhosa e que procura se cobrir com as cores da nacionalidade para consagrar a injustiça já escrevi anteriormente um texto.
Mas falemos da atualidade. Um dos representantes do bolsonarismo – o general candidato a vice-presidente – com um relho na mão revelou para lojistas gaúchos o que vai pela mente dos partidários do capitão, afirmando enraivecido que o 13º salário é uma jabuticaba e deve ser abolido. Isto não é um estado de espírito, é a confirmação de intenções malévolas.
Tal declaração escandalosa, repudiada veementemente pelo candidato presidencial preocupado com o estrago que ela causaria na campanha, revela o âmago da alma bolsonarista que renega toda a história de lutas e conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras.
O 13º salário que começou a ser conquistado depois da Segunda Guerra Mundial com o nome de “abono de Natal” foi pauta das campanhas salariais até a sua consagração em lei na década dos anos 60 e na redemocratização foi incorporado como direito constitucional. Tem história e é a história das lutas e das conquistas dos trabalhadores e do movimento sindical.
As oito centrais sindicais – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Intersindical e CSP-Conlutas – manifestaram-se prontamente contra a sandice do general e reafirmaram, portanto, o apoio ao #EleNão do dia 29.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical