O título do artigo de hoje pode parecer óbvio. Mas não é, porque o risco de abstenção no pleito de 30 de outubro existe. Os últimos atos de violência divulgados pela imprensa, envolvendo radicais, que usam a força, as ameaças e a violência, em substituição ao diálogo, podem estimular essa ausência nas urnas no domingo.
Recente pesquisa do Datafolha, constatou que 9% dos eleitores, admitem a possibilidade de não votar, por absoluto medo do que poderá acontecer nos locais de votação.
Observe que os índices de abstenção foram elevados nas últimas eleições, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo eleitoral de 2020, para eleição de prefeitos e vereadores, será lembrado como o que apresentou abstenção acima da média. Naquele ano, havia o medo de contaminação em plena pandemia.
Sem medo
Este ano, o medo é outro: o de comportamentos explosivos e antidemocráticos. Especialistas em eleições, comentam que, infelizmente, à medida em que nos aproximamos do dia de escolher o Presidente da República e o Governador do Estado, a tendência é de haver acirramento dos ânimos, hostilidades entre os simpatizantes dos candidatos.
Não deixe que o medo da violência atrapalhe a festa da democracia. O exercício do voto não poder ser cerceado por temores e ameaças! Fale com todos sobre a necessidade de ir votar, de praticar a cidadania e a democracia com a paz que todos os brasileiros merecem.
O processo eleitoral deve respeitar as diferenças. Intolerâncias são inaceitáveis. Deve prevalecer o pleito pacífico, fazendo se sobrepor à vontade do povo nas urnas. Essa vontade é soberana.
Não aceite provocações, nem antes de domingo e, nem quando estiver se aproximando do local de votação, onde aliciadores de eleitores poderão atuar de forma ilegal, tentando reverter o voto na última hora, principalmente dos indecisos. Diante deste cenário, você pode manter o seu voto em sigilo, para não se expor. É seu direito de votar em paz.
Adversário político não é inimigo. E mesmo que assim seja considerado, deve ser respeitado. Não dê ouvidos aos que pregam a desobediência às regras eleitorais ou suspeitas sobre a segurança das urnas, por exemplo. Defenda sempre o estado democrático de direito e o direito à liberdade de expressão e de escolha. Assuma um lado, o lado da paz!
Direito
Tenho lembrado que a Constituição de 1988 inclui cidadania, dignidade do ser humano e pluralismo político em seus fundamentos. É a Constituição Federal que garante o direito à livre manifestação do pensamento e a liberdade de consciência. Assim, a discordância política deve ser exposta com argumentos, que se baseiam na democracia e não pela força com agressões e crimes de morte.
Outro risco para a democracia são as fake news. Vivemos em um mundo, onde o poder das mídias sociais cresce a cada dia, atraem milhões de leitores e podem eleger ou destruir candidatos. Depende das estratégias usadas. É como uma simples faca. Serve tanto para preparar alimentos e salvar vidas, como para causar a morte de pessoas. Depende de quem a manipula. Por isso, fique atento e não compartilhe informação, sem checar sua veracidade.
Brancos e nulos
Nas ruas algumas pessoas comentam que, por não concordarem com nenhum dos dois candidatos, pretendem anular o voto. O número de votos brancos e nulos é motivo de preocupação. O TSE alerta: os votos nulos diminuem a legitimidade da eleição.
Quanto maior o número de votos brancos e nulos, menor a necessidade de votos válidos, para que um candidato seja eleito. Vários portais de notícias sérias esclarecem que votos em branco e nulos são desconsiderados e, acabam sendo apenas um direito de manifestação, de descontentamento do eleitor, situação que não interfere no pleito eleitoral.
Faça um voto consciente. Um bom futuro começa com o exercício do voto certo neste domingo.
Luiz Carlos Motta é presidente da Fecomerciários, CNTC e Deputado Federal