PUBLICADO EM 13 de mar de 2025

CTB manifesta solidariedade aos aposentados argentinos

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) manifesta solidariedade aos aposentados argentinos e repudia violência do neofascista Milei

Aposentados argentinos reprimidos em protestos

Aposentados argentinos reprimidos em protestos. Foto Luís Roboyo, AFP

A última quarta-feira, 12 de março, foi marcada na Argentina por uma brutal repressão policial à manifestação dos aposentados. Pelo menos seis pessoas morreram, segundo informações do jornal Página 12, 149 foram presas e dezenas ficaram feridas. As forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes, protagonizando mais um atentado às liberdades democráticas.

Entre as vítimas, encontra-se o jovem Pablo Grillo, fotógrafo da FM La Tribu, que estava trabalhando quando foi atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo. Sofreu uma fratura no crânio com perda de massa cerebral, passou por uma cirurgia e está lutando pela vida. Já Beatriz Blanco, uma aposentada de 87 anos, foi brutalmente atingida na cabeça com um cassetete por um policial, o que a fez desmaiar no meio da rua. Foi conduzida ao hospital por uma ambulância coberta de sangue.

As prisões, consideradas ilegais por afrontar o direito à livre manifestação, foram revogadas pela Justiça. A juíza Karina Andrade, que ordenou a libertação, está sendo alvo de uma odiosa perseguição do governo neofascista.

Os protestos dos aposentados já se transformaram em rotina e tradição durante o governo liderado pelo picareta Milei, que responde aos atos invariavelmente com a política do chicote, ou seja, a repressão.

A truculência da polícia contra os idosos, expressão do caráter neofascista do governo, atraiu outros setores da sociedade em apoio aos aposentados, incluindo jovens das torcidas organizadas inspirados em uma famosa declaração de Diego Moradora: “é preciso ser muito covarde para não defender os aposentados”, afirmou o famoso jogador quando ainda era jovem.

Os aposentados constituem um dos segmentos da classe trabalhadora que mais sofreram com o neoliberalismo extremado imposto por Javier Milei, que promoveu cortes indiscriminados e sem precedentes nos investimentos públicos do país. Como resultado, atualmente 52% da população do país vive abaixo da linha da pobreza.

Os cidadãos mais velhos não só perderam renda — com o reajuste das aposentadorias abaixo do aumento do custo de vida em termos reais —, como muitos também viram seu acesso a medicamentos gratuitos ser reduzido.

Por conta disso, em meados de 2024 um grupo de aposentados começou a protestar todas as quartas-feiras em frente ao Congresso, no centro de Buenos Aires. As manifestações foram ganhando maior amplitude desde então, o que levou o governo neofascista a aumentar a aposta na repressão.

Entre as reivindicações, destacam-se reajuste para zerar as perdas e recompor o valor das aposentadorias; restabelecer a entrega de medicamentos gratuitos, já que o governo de Milei restringiu a cesta PAMI e o preço dos medicamentos triplicou; reabertura da moratória previdenciária, que foi levantada por La Libertad Avanza, porque 9 em cada 10 mulheres e 8 em cada 10 homens que se aproximam da idade de aposentadoria não poderão se aposentar sem ela.

Em nome dos aposentados e da classe trabalhadora brasileira, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) manifesta total solidariedade aos aposentados argentinos e suas justas reivindicações ao mesmo tempo em que condena e repudia vigorosamente a brutal e covarde repressão de que foram vítimas ordenada pelo governo nefasto, e neofascista, de Javier Milei.

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

QUENTINHAS