Nesta terça-feira (28), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com o pedido formal de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC no Senado. Essa CPI deve ser instaurada imediatamente para apurar as acusações de corrupção durante os quase dois anos que o ex-ministro Milton Ribeiro esteve á frente do ministério.
O ex-ministro é acusado de favorecimento a prefeituras ligadas aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. A imprensa divulgou um áudio onde Ribeiro afirma favorecer aos pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Somente esse áudio é suficiente para a abertura de uma CPI.
São milhares de reais desviados da Educação para favorecer aliados do governo sem sabermos a utilização feita pelos recursos. A Polícia Federal investiga essa acusação de corrupção, mas o Congresso tem obrigação de investigar também e encaminhar ao Ministério Público Federal os resultados da CPI.
A educação merece respostas. A educação está entre os setores que mais sofreram cortes no orçamento desde 2019, quando Bolsonaro assumiu a Presidência com o claro objetivo de destruir o país.
Ribeiro, que foi o quarto ministro do MEC no atual governo, e os pastores envolvidos nas denúncias chegaram a ser presos no dia 22, sendo soltos por habeas corpus no dia seguinte. Eles são acusados também de compor um gabinete paralelo no MEC.
Em uma interceptação telefônica feita pela PF, o ex-ministro falou a uma filha ter sido avisado por Bolsonaro sobre uma ação de busca e apreensão da PF em sua casa. As investigações prosseguem envolvendo, inclusive, familiares dos pastores e do ex-ministro.
As acusações são muito graves e o suposto envolvimento do atual presidente tem que ser investigado por uma CPI. O povo brasileiro tem o direito de saber como é usado o dinheiro público, na educação. Precisamos de respostas já.
Professora Francisca é dirigente licenciada de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).