Em meu último texto fui breve porque as expectativas eram enormes. Agora também o serei porque os desafios são maiores.
Recuperada a unidade de ação eleitoral das direções das principais centrais sindicais a tarefa agora é uma só: ganhar os votos dos trabalhadores e das trabalhadoras para a vitória de Lula.
O campo de ação das direções sindicais deve ser prioritariamente (e eu diria, exclusivamente) o mundo do trabalho. Elas devem propor um plano de batalhas nas portas de fábricas, nos locais de trabalho, em assembleias e nas redes sociais, garantido pelos dirigentes e pelos ativistas sindicais e associado à ação sindical permanente, melhor em caso de vitórias e conquistas recentes.
Unidas, confiantes e vigilantes devem passar sua mensagem de alerta à perda de direitos e denunciar sempre (como estão fazendo) os arreganhos patronais, que são crimes trabalhistas e eleitorais.
Acabou, por ora, o tempo dos manifestos, declarações e notas públicas e de falar conosco mesmo. É hora do corpo a corpo, do olho no olho e nas telinhas, é hora de criar uma onda trabalhista e sindical de voto em Lula, desmascarando as demagogias bolsonaristas e as ameaças reacionárias. Reuniões, só para planejar a ação.
As direções sindicais no pleno exercício democrático e de cidadania devem também exigir da campanha de Lula a concretização imediata de suas propostas, deixando de lado as afirmações genéricas (embora corretas) e afirmando o que precisa e vai ser feito, com metas e números confiáveis e estimulantes.
Esta tarefa bem cumprida com empenho infundirá confiança na base dos trabalhadores e das trabalhadoras, semeará esperança e confirmará a relevância do movimento sindical rumo à vitória.
João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo