As Campanhas Salariais deste segundo semestre das categorias que ainda não fecharam acordo serão dificílimas. Como, aliás, foram as de todos os setores que concluíram suas negociações no primeiro semestre do ano.
Que o Brasil atravessa uma crise econômica extremamente rigorosa ninguém tem dúvidas. Que o crédito está caríssimo para o consumidor comum, que o dólar – em detrimento do real – está supervalorizado e que o desemprego está altíssimo – são cerca de treze milhões de desempregados no País – não é seguedo para ninguém. E que os patrões, calcados na “desculpa esfarrapada” da recessão econômica, vão endurecer nas negociações salariais do segundo semestre, assim como o fizeram nas do primeiro, é público e notório.
O que também sabemos é que a crise afeta a todos, sem excessão, não importa se empresários ou trabalhadores. Mas o que não podemos aceitar é que sejam sempre os trabalhadores e trabalhadoras a arcar com todo o ônus de uma crise que nem de longe foi por eles provocada. Os frequentes equívocos na condução da economia do País são os verdadeiros vilões pelo que está aí. E disto também ninguém duvida!
Cientes das dificuldades que vamos enfrentar, decidimos, como forma de fortalecer nossa luta e as próprias negociações das campanhas salariais, unificar os movimentos reivindicatórios com todas as categorias e partir, mais fortalecidos, para a mesa de negociações. Categorias como metalúrgicos, da alimentação, químicos, têxteis, costureiras, rurais, comerciários, hoteleiros e trabalhadores em edifícios, entre outras, têm data base neste semestre.
E o patronal, demonstrando todo o seu radicalismo quando tem de “botar a mão no bolso”, costuma apresentar propostas de reajustes que não reajustam nada. Pelo contrário, normalmente eles propõem reajustar abaixo da inflação, com nada de aumento real, e ainda insiste em retirar direitos históricos das Convenções Coletivas.
Conceder aumento real sobre os salários ajuda a reaquecer e a manter aquecido o mercado interno, permite que o consumo das famílias seja preservado, fomenta a produção e o consumo, e contribui para a manutenção/geração de postos de trabalho formais.
A nossa luta e o fortalecimento do conjunto dos trabalhadores, desta forma, representa ultrapassar o limite das fábricas. Ela busca o crescimento e o desenvolvimento econômico e social brasileiro, com emprego decente, bons salários, educação, saúde, transparência, justiça e igualdade social. Este é o Brasil que almejamos, e é por ele que não paramos de lutar!
Miguel Eduardo Torres é Presidente interino da Força Sindical