PUBLICADO EM 13 de maio de 2022
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Caminho de mudanças

Os dirigentes e ativistas sindicais deveriam ler, com atenção, O Globo de segunda-feira, dia 9.

A manchete gritava que o salário mínimo perdeu valor pela primeira vez em 28 anos.

E a matéria de página inteira, de Cássia Almeida e Taís Codeco, dava conta de que “Bolsonaro será o primeiro presidente desde o Real a deixar o salário mínimo valendo menos”.

O presidente da República com seu negacionismo em relação às conquistas dos trabalhadores conseguiu anular a política de valorização do salário mínimo que havia sido a maior vitória sindical no século XXI. E fez mais, fez que o salário mínimo perdesse valor devido à inflação – o que nos remete ao artigo de Miguel de Almeida, também na edição de segunda-feira.

O jornalista alertou para a “volta da carestia” e narrou como, ainda sob a ditadura militar, “o Dieese de Walter Barelli forneceu à oposição régua e compasso para ir às ruas com uma bandeira: abaixo a carestia. Foi o início real da derrocada da ditadura militar. Mesmo proibidas começaram a ocorrer greves e manifestações de rua. Embora reprimidas, foram montadas passeatas, a oposição ganhou fôlego e aderência à população – a inflação come o salário de esquerda e de direita!”.

Agora, como naquela época, a inflação e a carestia comem o salário dos trabalhadores nas negociações de data-base e fazem o povo deixar de comer no dia a dia.

E, garantido democraticamente o direito às manifestações e aliviadas as restrições sanitárias, é hora do movimento sindical ir às ruas contra a carestia em um movimento que tem tudo para ser crescente e aponta o caminho de mudanças efetivo.

João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo

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