Esta semana, em Brasília, reuniram-se as delegações sindicais dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para discutirem “questões relativas ao mundo do trabalho e à promoção da democracia e dos direitos e interesses dos trabalhadores e trabalhadoras”, segundo a declaração final aprovada.
A reunião, preparatória como outras que vêm ocorrendo, antecede a própria reunião dos dirigentes máximos dos países do BRICS que ocorrerá, no Brasil, em novembro. Infelizmente não teve cobertura nenhuma da mídia grande e permaneceu tão clandestina quanto, por exemplo, o Plano Emergencial de Emprego e Renda (PEER) do PT que, anunciado, não teve divulgação nem acompanhamento.
Por dificuldades de última hora a delegação indiana não compareceu fisicamente, mas endossou a declaração final; registre-se também o papel preponderante, na organização e no encaminhamento da reunião, da delegação dos sindicatos chineses.
Os presidentes de centrais sindicais brasileiras (Miguel Torres, Vagner Freitas e Antônio Neto) intervieram de modo contundente levando-se em conta a nossa difícil situação trabalhista e sindical, que foi denunciada.
Na declaração final as entidades participantes reivindicaram em primeiro lugar o “reconhecimento formal do Fórum Sindical do BRICS e que o mesmo passe a contar no calendário oficial”. Ao reivindicarem também a necessidade de consolidação do BRICS os signatários reforçaram a necessidade da cooperação mundial e da obediência às regras da OIT.
A reunião demonstrou a necessidade da articulação internacional dos trabalhadores e de suas representações sindicais em uma conjuntura mundial que se encaminha para a recessão econômica e é convulsionada por uma guerra comercial que afeta a todos.
O panorama sindical revela-se difícil em escala mundial e esta reunião do BRICS sindical confirma a necessidade de maior entrosamento e unidade entre as direções sindicais do mundo inteiro.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical