A forte suspeita de corrupção no caso da compra da vacina indiana Covaxin, acarretará na perda do mandato do presidente Jair Bolsonaro? Os indícios são fortes e apontam um suposto envolvimento do presidente na trama que envolve ao menos R$ 1,6 bilhão na compra superfaturada dessa vacina, que nem chegou ao Brasil.
Todos os cientistas apontam para a responsabilidade do presidente nas mais de 500 mil mortes por covid no país, exatamente porque se recusou a comprar vacinas oferecidas ao governo brasileiro muitos meses atrás. De acordo com os cientistas, milhares de vidas poderiam ter sido salvas se tivéssemos vacina em tempo e suficiente.
Já são mais de 15 meses de pandemia e nem 12% estão totalmente imunizados com a necessária segunda dose no país. Além disso, o presidente insano insiste em desrespeitar as medidas sanitárias necessárias para diminuir a disseminação do vírus.
Além de não usar máscara, ele incentiva aglomerações e prega contra as medidas restritivas determinadas por governadores e prefeitos. Ele afronta a ciência e o necessário distanciamento social. Ele não paga um auxílio emergencial suficiente para que as pessoas tenham comida na panela e possam sair menos para as ruas.
Por essas infâmias, as manifestações pelo impeachment crescem poderosamente nas redes e nas ruas e impulsionam os movimentos sociais e populares para tirar o país do lamaçal imposto por Bolsonaro e seus seguidores.
Ele corta verbas da educação e da saúde, mas mantém dinheiro para os banqueiros e grandes empresários e para os juros da dívida brasileira. A inflação está de volta e quem perde são os mais pobres.
Além da falta de vacinas, o Brasil enfrenta índices crescentes de desemprego, está de volta ao Mapa da Fome da ONU, com cerca de 20 milhões de brasileiras e brasileiros na pobreza extrema. Os povos indígenas são ameaçados diariamente em seus direitos sem a demarcação de suas terras. A violência policial já preocupa até os setores mais conservadores. O racismo afronta a civilização diariamente. A misoginia impõe a necessidade de forte resistência. A falta de investimentos na educação, na saúde, na cultura e na ciência são latentes.
Por isso, ele criminaliza os movimentos sociais e o movimento sindical, além de usar a famigerada Lei de Segurança Nacional para ameaçar opositores e críticos de seu desgoverno. Ela nunca nos enganou, A corrupção agora está estampada em seu desgoverno. A sua queda pode estar por um fio.
Com o crescimento da resistência ao obscurantismo, temos a certeza de que ele não destruirá o Brasil. Não porque ele não tenha vontade, mas porque nós o impediremos, como estamos impedindo de que ele transforme o nosso país numa “República de Bananas” como fomos no passado por conta de uma elite que mantém os olhos no exterior com as costas viradas para o Brasil profundo.
Lembrando que a presidenta Dilma Rousseff foi derrubada em 2016 sob a acusação de praticar as tais “pedaladas fiscais”. Será que a Covaxin finalmente tirará Bolsonaro do cargo que ele nunca deveria ter ocupado?
Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, seção São Paulo (CTB-SP).