O homem evolui e a economia do mundo se modifica através do sofrimento e da luta. A humanidade tem fases cíclicas, por vezes são favoráveis, noutras de extrema dificuldade. O nosso porto nunca estará seguro, uma vez que estamos sujeitos à influência do tempo, que varia de acordo com as causas e consequências, e se impõe acima das capacidades humanas.
O planeta passa por mais um desses períodos desafiadores e, para compreender esse momento, precisamos nos reencontrar com a nossa história. A luta de classes derrubou o sistema Feudal. A Revolução Inglesa foi consequência de movimentos políticos e sociais que levaram à ascensão da burguesia e permitiram o início do processo de industrialização. Esse movimento se espalhou pelo continente europeu e consolidou a revolta da burguesia.
Na França, a burguesia uniu-se aos camponeses e às classes urbanas que viviam em situação de pobreza para derrubar a monarquia que oprimia o povo e impedia a abertura do comércio internacional.
O desenvolvimento industrial consolidou o capitalismo e abriu a porta para a exploração da mão de obra. A escravidão, disfarçada de desenvolvimento, inspirou os primeiros levantes dos trabalhadores, que lutavam por direitos e contra a máquina.
Sem rei nem coroa, o império americano detém o domínio da economia mundial. O neoliberalismo se consolidou após o Consenso de Washington, estabelecendo normas para as diversas economias do mundo, sobretudo dos países em desenvolvimento. Pagamos caro por essa colonização.
As transformações tecnológicas e digitais criaram uma rede de manipulação social. A detenção do poder se dá através das Big Techs, que controlam bilhões de pessoas no mundo. Este controle é feito pela disseminação de informações e da desinformação provocada pelas Fake News.
No centro do mundo e no olho do furacão, o Brasil, que é um país de grande dimensão geográfica e demográfica, desempenha um papel relevante no jogo de xadrez da geopolítica. Vivemos sob a pressão das contradições sociais que se tornam cada vez mais evidentes. Como agentes de transformação, temos a obrigação de acompanhar esse momento histórico que influenciará o futuro da humanidade.
O movimento sindical é um instrumento de luta e não estará imune a este processo. Vivemos em tempos complexos e de mudança, portanto, é dever de todos nós ter a compreensão e clareza da conjuntura social, política e econômica do planeta.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional do Frentista