Quero fazer um balanço dos cinco pontos de concentração de tarefas determinadas unitariamente pelas direções das centrais sindicais em sua reunião do dia 5 de janeiro e que estão sendo cumpridas em toda a rede sindical.
Começo pela solidariedade social com o belo exemplo da iniciativa para ajudar na chegada urgente de oxigênio a Manaus. Depois da reunião do dirigente Sergio Nobre com Delcy Rodriguez, a vice-presidente da Venezuela, da reunião dos dirigentes com outras autoridades diplomáticas e industriais, o país irmão já nos mandou uma carga de cilindros e pretende fazer mais e nós estamos articulando a ajuda a eles com peças de reposição que estão em falta no país devido ao criminoso embargo norte-americano.
A defesa do emprego foi a grande motivação contra os efeitos do intempestivo anúncio do fechamento das fábricas da Ford. Conseguimos criar um ambiente de solidariedade aos metalúrgicos ameaçados e a toda cadeia de fabricação de peças e venda de veículos concretizando a luta para conter os danos do desatino empresarial e do desleixo do ministério da Fazenda. Solidarizamo-nos também com os bancários ameaçados por um PDV de milhares no BB.
Continuamos na luta pela vida, contra a Covid-19 e pela vacinação, exigindo das autoridades um compromisso imediato de boas práticas que garanta, no mais breve período, a vacinação em massa de nossa população, mesmo reconhecendo as dificuldades continuadas para o êxito do Programa Nacional de Imunização e a necessidade do fortalecimento do SUS. O movimento sindical se compromete a participar de um comando nacional informal para garantir vacinação e campanha de esclarecimento. Cada sindicato colocou suas instalações a serviço da campanha de vacinação e os meios de comunicação sindicais têm sido constantes no apoio a ela e na difusão das medidas sanitárias ainda exigidas pelo agravamento da pandemia.
Sobre o auxílio emergencial procuramos sensibilizar os candidatos às mesas da Câmara e do Senado sobre a necessidade de sua continuação e apoiamos os partidos de oposição na exigência de convocação imediata do Congresso Nacional, enfrentando (mesmo sem o apoio da mídia grande), a resistência dos empresários e do ministério da Fazenda. Também apelamos aos prefeitos e aos governadores para a efetivação de programas emergenciais de auxílio aos trabalhadores e de apoio às micro e pequenas empresas, com créditos e alívios tributários.
Os quatro eixos enunciados acima realizam por sua vez a quinta e última orientação que é a do fortalecimento dos sindicatos e da defesa das condições para sua existência, demonstrando a relevância do movimento sindical por meio das ações engajadas pela vida, pelo auxílio emergencial, pelo emprego e pela solidariedade social.
João Guilherme Vargas Netto
É membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo