PUBLICADO EM 11 de abr de 2022
COMPARTILHAR COM:

A patrulha identitária não sabe o que é branco

A patrulha identitária mostra o quanto pode ser ridícula ao acusar de falta de representatividade a foto do evento do PT e PSB no dia 8 de abril.

Sobre um evento que deveria ser comemorado como uma ação pela união nacional, pela ponte entre setores da sociedade muitas vezes vistos como antagônicos, a patrulha ressalta a divisão e a diferença.

Será que pensam os identitários que o José Guimarães do Ceará é branco? Que o Lula é branco? Os patrulheiros tupiniquins não sabem o que é branco e o que é tal da minoria étnica, aqueles que os liberais americanos (os mentores do identitarismo) adoram mostrar em filmes e séries para vender “diversidade”.

Dia desses ouvi outro caso absurdo sobre esse tema e lembrei dele quando soube da polêmica da foto. Uma modelo com traços nipônicos foi chamada para participar de uma campanha para o dia das mães. Mas quando ela apresentou a foto de sua mãe negra a agência declinou do convite uma vez que queria uma mãe asiática. O caso foi divulgado pela modelo como racismo.

Pode ser visto como racismo contra os negros, embora eu tenha ficado em dúvida se a mãe fosse loira ou morena não asiática não seria negada da mesma forma já que, segundo o que foi revelado, a agência buscava “uma mãe asiática”.

Seja como for, o que me chama a atenção é que a agência, ao impor um padrão onde a identidade deveria ser nítida, acabou sendo acusada de racismo, prática contraditória com a ideia de diversidade. Isso mostra toda a hipocrisia envolvida nesse discurso identitário e a sanha das empresas em se apropriar dele para supostamente agregar valores morais.

Quando o MDB oficializou a senadora Simone Tebet como pré-candidata do partido à Presidência da República, na foto divulgada haviam vários jovens, mulheres, negros e uma indígena em destaque com um belo cocar. Tebet defende o teto de gastos e a reforma trabalhista.

Qual candidato faria mais pela população vulnerável e oprimida? Tebet e seus representantes da diversidade ou a chapa de união do “branco” Lula?

Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

  • Helio Santos

    Dona Maria Carolina, falta-lhe letramento étnico-racial. Quanto à sua dissimulada pergunta a resposta é: nenhuma das duas propostas atende à população “vulnerável”. Por outro lado, não tenho espaço aqui para explicar porque há vulnerabilidade vasta num país tão rico. As/Os “identitaristas” podem lhe ensinar. Aborde uma/um.

  • Rita de Cassia Vianna Gava

    Como disse Cazuza: odeio minorias me relaciono com pessoas

QUENTINHAS