PUBLICADO EM 08 de mar de 2022
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A pandemia e as agressões aos profissionais de saúde

Diante de uma crise provocada pelo coronavírus o setor mais prejudicado é o da saúde. A busca, muitas vezes sem a urgência necessária, superlota os hospitais e unidades de saúde e sobrecarregam os profissionais esgotados física e emocionalmente.

Pacientes abalados e aterrorizados pelo número de mortes em todo mundo, somado a precariedade da maioria dos hospitais forma o cenário ideal para um conflito.

Infelizmente neste cenário é comum vermos agressões das mais diversas formas. São cusparadas, socos e xingamentos.

A ausência de atendimento imediato, a determinação para que o paciente retorne à sua residência para monitoramento da evolução da doença, a falta da concessão de atestados médicos desnecessários, a ausência de exames para verificação de contágio ou até mesmo um diagnóstico diferente do esperado pode ensejar um ato de agressão.

Em agosto de 2019, um estudo encomendado pelos conselhos regionais revelou que 71,6% sofreram agressão física ou verbal em ambiente de trabalho. Infelizmente, estima-se que esse número é bem maior nos dias de hoje.

A agressão física ou psicológica só agrava o problema. Os sintomas nos agredidos vão desde dores de cabeça a distúrbios gastrointestinais que elevam ausências no trabalho, agressividade, isolamento e mudanças bruscas de humor, além de irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo e baixa autoestima.

Todos sabemos que quando procuramos por atendimento médico, que a unha encravada do dedão do pé do nosso filho é mais importante que o infarto que o outro está tendo. Mas, mais do que nunca é preciso entender o momento que estamos vivendo e nos colocarmos na posição dos profissionais de saúde que se desdobram no atendimento, driblam a falta de efetivo, a falta de recursos e dão o melhor de si no atendimento de quem mais precisa.

É preciso entender que os profissionais de saúde são pessoas como nós, que estão na linha de frente, que se arriscam diuturnamente, que deixaram a família em casa e estão ali para nos atender.

Importante deixar claro ainda que agredir física ou psicologicamente o profissional de saúde é crime passível de detenção e pagamento de indenizações.

A coordenadora da Secretaria Nacional dos Servidores Públicos, Cristina Helena Silva Gomes, lembra ainda que neste dia 08 de março – Dia Internacional da Mulher, acontece um grande movimento nacional pela aprovação do projeto de lei que institui o piso nacional da enfermagem. Ela disse ainda que o 08 de março foi escolhido por serem as mulheres a maioria entre a categoria da enfermagem.

Cristina Helena Silva Gomes
Coordenadora Secretaria Nacional do Setor Público da Força Sindical

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