O governo anunciou que vai prorrogar o pagamento do auxílio emergencial votado pelo Congresso Nacional. Ao fazê-lo indicou que vai diminuir o montante pago antes mesmo de completar a lista dos eventuais beneficiários que não conseguiram se cadastrar e receber a primeira parcela. Alega também um alto grau de disfunção e de fraudes, que precisam ser eliminadas para não servirem de pretexto à desqualificação da rede de auxílios. É a primeira aflição.
O movimento sindical deve imediatamente gritar, alto e bom som, nenhum real a menos no auxílio, que ninguém fique sem receber.
A outra aflição é a continuada situação de empoçamento dos benefícios do INSS (aposentadorias, licenças maternidades, auxílios doença e todas as outras) paralisados com filas de mais de um milhão de trabalhadores e trabalhadoras não atendid@s.
Este descalabro, que vem presencialmente desde o ano passado e foi agravado pela pandemia não pode continuar. As experiências recentes de milhões de brasileiros (e, em particular, do movimento sindical) confirmam a possibilidade real de enfrentamento dos problemas com redes e acessos virtuais. Nada justifica o descalabro que deve ser denunciado, enfrentado e suprimido.
Ao falar da experiência sindical na utilização dos meios eletrônicos quero ressaltar, como exemplo de êxito, a realização das eleições sindicais virtuais dos bancários de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Este e muitos outros exemplos de lives, reuniões, assembleias, negociações e atendimentos virtuais, têm confirmado a relevância do movimento sindical e de sua capacidade de defender o interesse dos trabalhadores e das trabalhadoras e sua própria existência com os meios tecnológicos de comunicação à sua disposição.
O 1º de Maio virtual foi um exemplo forte do que é possível fazer, desde que se queira fazer.
Fiquem em casa no fim de semana. Há vida pela frente a ser defendida.
João Guilherme Vargas Netto
Consultor sindical