Quando me perguntam quem sou, que fiz ou o que deixei de fazer, porque você gosta tanto de política, porque você não deixa por menos e etc e tal…o começo da explicação passa pelo grupo de jovens em 1968. Grupos de jovens que existiram e se formaram nas paróquias das igrejas.
Primeiro de maio de 1968 foi onde tudo começou para mim e meus amigos. Exatamente. Então como no clássico filme italiano de Ettore Scola – ” Nós que nos amávamos tanto” podemos lembrar daqueles anos 60 e 70 onde vivemos as nossas juventudes com muita alegria, desprendimentos, aprendizados e novidades mil chegando naqueles bairros de São Vicente, na região do Jóquei Clube, Cidade Náutica, Esplanada dos Barreiros, Vila Margarida e sendo vividos com muita intensidade tanto pelos rapazes como pelas meninas.
E olha que não éramos poucos não. Os primeiros beijos foram alí, os primeiros desejos também ali. Os primeiros debates sobre política? Ali. As melhores musicas nacionais ali também.
E a chegada dos americanos nos nossos costumes, vestimentas e músicas? Alí também. Alí conhecemos Jorges, João, Jurandir, Marias (todas) das Graças, Rosa, de Fátima, da Dores, Celsos, Severino, Jandira, Dora, Gisa, Tereza, Sueli, Alfredo, Nelson, Eliana, Felipe, Ivone, Tiury, Wilson, Júlios, Rita, Alvaro, Fernando, Henrique, Taurino, Cleide, Salviano, Sebastiana, Sueli, Rose, Carlinda,…foi ali naquele ano de 1968.
Nós que nos amávamos tanto se pudéssemos nos encontrar daria um outro filme com certeza. Mas…melhor parar senão ninguém vai ler isso. Mas só para encerrar. A música do Beatles – Revolution fez tanto sucesso quando descobrimos. Meu primo João tinha um compacto e pedimos para Nelson gravar – ficou registrado lá nossos nomes e o ano 1969.
E hoje, 50 anos depois, como anda a Igreja, e os grupos de jovens? E os sonhos coletivos?
Nós que nos amávamos tanto!
José Aparecido Pereira, metalúrgico aposentado, produtor de alimentos orgânicos