Empresas responsáveis pelo transporte público de Osasco e cidades vizinhas iniciaram um movimento de retirada da catraca e dos cobradores de ônibus. A medida, implementada sem nenhuma discussão com os trabalhadores, faz com o que o motorista passe a ser o responsável por receber e passar troco das passagens.
Com demissões em curso, os trabalhadores e as trabalhadoras têm participado de assembleias nas garagens dos ônibus para definirem o plano de luta. O Sindicato dos Condutores de Osasco e Região (Sincovero) tem também exigido uma rápida resposta do poder público para impedir que mais demissões sejam realizadas. Um ofício foi encaminhado ao prefeito da cidade, Rogério Lins (Pode), e ao presidente da Câmara Municipal, o vereador Ribamar Silva (PSD), solicitando uma reunião emergencial.
“Nosso Sindicato sempre foi contra essa medida, cobrando da prefeitura, suas secretarias responsáveis, e da Câmara Municipal, ações que impedissem a demissão dos trabalhadores”, afirma Luiz Candido Valentim, dirigente do Sincovero e que compõe a coordenação da subsede da CUT-SP na região.
De acordo com Valentim, as empresas têm usado o argumento da redução de custos para fazer os cortes de trabalhadores e criar a dupla função para os condutores. Tanto a extinção do posto de cobrador quanto o acúmulo de atividade pelo motorista desrespeitam a Convenção Coletiva de Trabalho aprovada pela categoria.
“Recentemente fomos surpreendidos com a resposta da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) onde afirmava ter autorizado as empresas a tirarem os cobradores como medida de redução de custos. A Prefeitura, na implantação do bilhete único, havia assumido o compromisso de não autorizar a retirada dos cobradores, mas não é o que estamos vendo”, completa Valentim.
Coordenador da subsede da CUT-SP em Osasco, o bancário Valdir Fernandes, o Tafarel, diz que é importante, neste momento, os moradores da região se somarem no apoio à luta dos condutores, já que a medida trará sérias consequências na qualidade do transporte público, como demora do trajeto e até mesmo redução da segurança. “Os empresários querem ganhar de todos os lados. Recebem recursos das prefeituras e demitem cobradores. Isso é uma verdadeira luta de classes. Me somo aos cobradores, motoristas e todos que trabalham nos transportes públicos”, diz o dirigente.
Fonte: CUT São Paulo