Cerca de 60 dirigentes sindicais da categoria da Alimentação de Brasil, Argentina, Uruguai, Espanha e Itália – além de uma federação européia – participaram nesta terça (5) do seminário “Meio ambiente e mudanças climáticas nas cadeias produtivas/cadeias de valor da agroindústria e turismo. Construindo uma transição justa”.
O evento, realizado de forma virtual, teve participação do vice-presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), Artur Bueno Júnior, e trouxe como contexto a Cúpula do Clima (COP 30), que acontece em 2025 na cidade de Belém-PA. O movimento sindical pleiteia participação ativa na cúpula.
A organização foi do Obagro (Observatório de Saúde e Trabalho no Agronegócio), em parceria com a Regional Latino-americana da UITA (União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação).
Além dos dirigentes sindicais, participaram especialistas em Saúde e Segurança do Trabalho, como o pesquisador Hermano Castro da Fiocruz, e o procurador Lincoln Cordeiro (MPT).
Já entre as entidades sindicais, além da CNTA, os latino-americanos foram representados pelo presidente da Contac (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT), Josimar Cechin, sindicatos brasileiros e do continente no setor da Alimentação e as Federações Argentina e Uruguaia dos Trabalhadores na Indústria da Carne.
Pelos europeus, diretores da CCOO (Confederação dos Sindicatos de Trabalhadores Espanhóis), e da Flia-CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho), bem como o presidente da Federação dos Sindicatos de Alimentação, Agricultura e Turismo da Europa (EFFAT), Kristjan Bragason.
Manifestações
O vice-presidente da CNTA, Artur Bueno Júnior, ressaltou a importância de trazer o tema das mudanças climáticas, e seu impacto sobre o mundo do trabalho.
“As representações de trabalhadores têm de exigir seu espaço na COP 30”, afirmou.
Foram definidos dois painéis para exposição de ideias – um europeu e outro latino-americano.
Vicente López, um dos representantes espanhóis da CCOO, relatou as intensas inundações em Valência e outras regiões da Espanha, e seu reflexo na vida dos trabalhadores.
Após ele, falaram Fernando Medina, Marco López e Juan Blanco. Na sequência, vieram os italianos da Flia-CGIL (Andrea Coinu e Tina Bali), que relataram o caráter transnacional da luta sindical.
Pela América do Sul, falaram argentinos e uruguaios (Carlos Molinares e Martin Cardozo), cada qual com a Federação de Trabalhadores nas Indústrias Frigoríficas de seu país. Depois deles, Wilson Pereira, brasileiro da Contratuh (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Turismo e Hospitalidade) teve seu lugar de fala.
Os presentes analisaram um Documento Final (ABAIXO), que sintetiza os posicionamentos expressos pelo grupo durante as manifestações.
“Nos próximos 10 dias, vamos trabalhar no formato definitivo deste texto, dando conhecimento aos companheiros. Além disso, vamos organizar um segundo encontro na Europa, em abril de 2025, e nos preparar para receber os colegas europeus no Brasil, durante a COP 30”, afirmou o coordenador do Obagro, Roberto Ruiz.
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