Esta música apresenta uma crítica das contradições da vida urbana. Destaca as disparidades sociais presentes, a divisão clara entre os “de cima” e os “de baixo” ilustrados pelas referências aos mendigos e ricos, trabalhadores e patrões.
A cidade também é retratada como um local propício à corrupção e a exploração. O verso final, “Com a mesma fedentina do dia anterior”, sugere que, apesar das tentativas de mudança e resistência, os problemas fundamentais da cidade persistem, mostrando uma visão cética em relação à possibilidade de transformação significativa.
A ideia de continuidade também aparece na expressão “a cidade não para, a cidade só cresce”, mostrando por um lado a dinâmica, mas por outro a imutabilidade de uma situação.
Em resumo, a música oferece uma reflexão sobre os complexos aspectos da vida urbana, destacando suas contradições, injustiças e desafios, ao mesmo tempo em que sugere a importância da cultura e da resistência como formas de enfrentamento dessas realidades.
A cidade
(Composição: Chico Science/1993)
Intérprete: Chico Science e Nação Zumbi
O Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas,
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas,
Não importa se são ruins, nem importa se são boas.
E a cidade se apresenta centro das ambições,
Para mendigos ou ricos, e outras armações.
Coletivos, automóveis, motos e metrôs,
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
A cidade se encontra prostituída,
Por aqueles que a usaram em busca de saída.
Ilusora de pessoas e outros lugares,
A cidade e sua fama vai além dos mares.
No meio da esperteza internacional,
A cidade até que não está tão mal.
E a situação sempre mais ou menos,
Sempre uns com mais e outros com menos.
A cidade não pára, a cidade só cresce
E de cima sobe e o de baixo desce.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú.
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus. (haha)
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú.
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus. (ê)
Num dia de Sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior
Fonte: Centro de Memória Sindical
Maria de Fatima Araujo de Souza
A letra da musica A Cidade e significativa, sou pedagoga,trabalhei essa musica com turma do terceiro e quarto ano do ensino fundamental ,como motivaçao nas disciplinas Historia e Cidadania.Houve uma interaçao muito boa e novos aprendizados.
Helena Teixeira
Interanssantisimo, gostaria de conhecer melhor o autor . Vou pesquisar! Bom saber que temos autores conscientizados fazendo músicas com protesto! Depois de saber que Djavan é ” bolso ” , lavou minha alma!
Antônia Águida
Esse cara é eterno.
As composições falam da realidade nua e crua do nosso país e nossa gente .Adoro!
Arlene Gonçalves
Chico Science sempre maravilhoso.!
Arne
Maravilhoso Chico Science!