De acordo com a Comissão Eleitoral, o pleito mobilizou 4.513 trabalhadores do Metrô, que votaram ao longo de seis dias (de 8 a 13 de setembro), num total de 134 urnas distribuídas pela Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
A Chapa 1 teve 1.887 votos e terá direito a indicar metade dos nomes da próxima direção executiva. Por consenso, Fajardo, coordenador-geral do Sindicato desde 2016, permanecerá à frente da diretoria.
A Chapa 2, ligada à CSP-Conlutas (PSTU), recebeu, 1.003 votos (24,30% dos votos válidos), um pouco à frente da Chapa 3, do PSOL, que somou 944 (22,87%). Por terem conquistado mais de 10% dos votos válidos, as duas chapas terão participação na executiva. O número de dirigentes de cada grupo será proporcional ao seu desempenho na eleição. Já a Chapa 4, com apenas 7,10% dos votos válidos (293 eleitores), ficará de fora da executiva.
Unidade
Em discurso feito logo após a proclamação dos resultados, na quadra do Sindicato, Fajardo afirmou que a vitória da Chapa 1 expressa o reconhecimento dos metroviários aos trabalhos da diretoria atual. “Fizemos três anos de gestão com muita unidade – uma unidade construída junto à categoria”, declarou. “Por isso, conseguimos manter nosso acordo coletivo intacto e conquistamos o acordo de jornada. Quem conseguiu isso foi a categoria, dirigida por um sindicato que é plural. A luta unifica a nossa ação.”
De forma resumida, Fajardo lembrou bandeiras que fizeram parte da plataforma da Chapa 1. “Nosso compromisso principal é a luta da categoria e do povo trabalhador. Somos contra a privatização, que ataca os direitos do povo e os direitos dos trabalhadores. Somos contra a terceirização, porque precariza o trabalho. Somos contra a repressão e contra a falta de contratação de mão de obra.”
Pelo fim do colegiado
Um dos principais compromissos firmados pela Chapa 1 na campanha foi a convocação de um plebiscito junto à base metroviária, para debater um novo modelo de gestão da entidade. Até mesmo eleitores de outras chapas concordam que o atual formato de direção – um colegiado com três coordenadores-gerais – burocratiza e limita a ação sindical.
“Nessa eleição, mais de 80% da categoria sindicalizada votou – o que é raro no movimento sindical. E essa categoria disse que quer o plebiscito e que quer o fim do colegiado”, enfatizou Fajardo. “Não vamos privilegiar nossas diferenças. Temos de privilegiar a vontade da categoria e construir juntos. Vamos privilegiar a nossa luta e o que nos une.”