As maiores altas foram registradas em Natal (4,91%), Curitiba (4,33%), Salvador (2,75%), Belém e Recife (ambas com 1,97%). As capitais onde o valor da cesta apresentou queda foram Campo Grande (-1,92%) e Aracaju (-0,26%). A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 636,96), seguida pelas de São Paulo (R$ 636,40), Florianópolis (R$ 636,37) e Rio de Janeiro (R$ 622,76). Entre as cidades do Norte e Nordeste, as que registraram menor custo foram Aracaju (R$ 468,43) e Salvador (R$ 470,14). Comparando o custo entre maio de 2020 e maio de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. As maiores altas foram observadas em Brasília (33,36%), Campo Grande (26,28%), Porto Alegre (22,82%) e Florianópolis (21,43%). Nos cinco meses de 2021, as capitais com os principais aumentos foram: Curitiba (12,68%), Natal (9,35%), Porto Alegre (3,46%), João Pessoa (3,46%) e Florianópolis (3,38%). A maior queda no mesmo período foi de -1,87%, em Salvador.
Com base na cesta mais cara que, em maio, foi a de Porto Alegre, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.351,11, valor que corresponde a 4,86 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em 2 consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em abril, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o piso em vigor. O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em maio, ficou em 111 horas e 37 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em abril, quando foi de 110 horas e 38 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em maio, na média, 54,84% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em abril, o percentual foi de 54,36%.
Principais variações dos produtos
· O açúcar apresentou elevação de preço em 16 capitais e as taxas oscilaram entre 0,95%, em Natal, e 7,43%, em Curitiba. Houve maior demanda pelo produto e menor oferta, uma vez que a moagem começou tardiamente e a produtividade nos canaviais foi reduzida. Com isso, os preços subiram no varejo.
· O preço médio do óleo de soja aumentou em 15 capitais. As maiores elevações ocorreram em Curitiba (12,75%), Porto Alegre (4,95%), Campo Grande (3,33%) e Florianópolis (3,00%). Em Aracaju, o preço diminuiu (-2,56%). Mesmo com a oscilação do valor da soja no mercado internacional e a redução da demanda de óleo para a produção de biocombustível, os produtores do setor alimentício tiveram dificuldades em conseguir matéria-prima, o que se refletiu no preço.
· O valor médio do quilo da carne bovina de primeira aumentou em 16 cidades em relação a abril. As maiores variações foram registradas em Salvador (6,09%), Curitiba (5,70%), Florianópolis (4,76%) e Vitória (4,57%). A forte demanda externa, os altos custos de produção e a baixa oferta de animal para o abate ajudam a explicar a alta em maio.
· O valor do café em pó teve elevação em 15 cidades. As maiores variações foram registradas em João Pessoa (5,07%), Fortaleza (4,52%), Brasília (3,90%) e Curitiba (3,78%). A retração foi verificada em Aracaju (-0,86%). A queda na oferta e o clima desfavorável para a lavoura elevaram o preço do grão.
· O valor do pão francês subiu em 13 capitais. As altas variaram entre 0,36%, em São Paulo, e 1,67%, em Recife. As quedas foram registradas em Campo Grande (-1,99%), Florianópolis (-1,31%) e João Pessoa (-0,09%). Entre as razões para os aumentos estão o crescimento do consumo de pão nas residências durante a pandemia, apontado por alguns estudos, e a alta nos valores médios da farinha para panificação, que começou a acompanhar as valorizações do trigo.
· Entre abril e maio, o litro do leite integral aumentou em 12 capitais e o quilo da manteiga, em 10 cidades. As maiores altas do leite foram observadas em: Curitiba (5,45%), Goiânia (3,42%), Brasília (3,09%), Vitória (2,69%) e Porto Alegre (2,46%). Para a manteiga, as principais elevações ocorreram em Campo Grande (4,11%) e Curitiba (4,08%). A alta nos valores dos dois produtos ocorreu por causa da entressafra do leite, do clima seco e dos maiores custos de produção, envolvendo principalmente os insumos.
· Em maio, o preço médio da banana recuou em 14 cidades. A pesquisa faz uma média ponderada dos tipos prata e nanica. As retrações oscilaram entre -17,68%, em Brasília, e -1,83%, em Recife. As altas foram observadas em Curitiba (2,55%) e Belém (0,87%). A oferta da banana nanica foi maior, o que também pressionou a queda de preço da banana prata.
São Paulo – números de maio de 2021
· Valor da cesta: R$ 636,40.
· Variação mensal: 0,60%.
· Variação no ano: 0,78%.
· Variação em 12 meses: 14,39%.
· Produtos com alta de preço médio em relação a abril: tomate (3,58%), batata (3,34%), manteiga (3,07%), café em pó (2,90%), carne bovina de primeira (1,52%), açúcar refinado (1,35%), óleo de soja (1,29%), leite integral (0,63%), farinha de trigo (0,58%) e pão francês (0,36%).
· Produtos com redução do preço médio em relação a abril: banana (-5,76%), feijão carioquinha (-4,85%) e arroz agulhinha (-2,02%).
· Jornada necessária para comprar a cesta básica: 127 horas e 17 minutos.
· Percentual do salário mínimo líquido gasto para compra dos produtos da cesta para uma pessoa adulta: 62,55%.
Fonte: Dieese
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