PUBLICADO EM 20 de jun de 2023
COMPARTILHAR COM:

Centrais sindicais protestam em SP contra juros altos

Centrais sindicais em frente o Banco Central na Paulista contra juros altos/Foto: Jaélcio Santana

Centrais sindicais em frente o Banco Central na Paulista contra juros altos/Foto: Jaélcio Santana

Centrais sindicais Força Sindical, CUT, CTB, UGT, CSB, NCST, Intersindical e Pública  organizaram ato contra juros altos que reuniu centenas de lideranças sindicais em frente a sede do Banco Central, na avenida Paulista, na região central da capital.

O objetivo da manifestação, além de sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de reduzir os juros, foi exigir a redução na taxa básica de juros que atualmente está em 13,75% ao ano, uma das maiores do mundo. Com bandeiras e um carro de som, ocupando a calçada em frente ao edifício sede do Banco Central, em São Paulo, os manifestantes alertaram quanto aos riscos de uma taxa de juros tão elevada.

Centrais sindicais protestam: "O trabalhador é o maior prejudicado com taxa de juros alta", alerta Juruna da Força - Foto: Jaélcio Santana

Centrais sindicais protestam: “O trabalhador é o maior prejudicado com taxa de juros alta”, alerta Juruna da Força – Foto: Jaélcio Santana

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ressalta que a redução dos juros é importante para o desenvolvimento e o crescimento do Brasil. “Defendemos a imediata redução da taxa de juros e a implementação de uma política que priorize a retomada do investimento, o crescimento da economia e a geração de emprego”, diz o líder sindical.

Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, a atual taxa básica de juros, de 13,75% ao ano, reduz a oferta de empregos, ao tornar os incentivos no mercado financeiro mais interessantes do que na produção. “O trabalhador é o maior prejudicado, pois com a taxa de juros alta não há investimento na produção e, consequentemente, diminui a oferta de emprego e com juros altos esse trabalhador, mesmo empregado não consegue comprar”, alerta o dirigente sindical ao comentar que o crédito mais caro também reduz o poder de compra da população.

Para o sindicalista, é preciso haver um equilíbrio entre a manutenção da atividade econômica e o controle da inflação. “Com muita rigidez na questão da inflação, você acaba também levando o país a uma recessão. Então é fundamental que os técnicos entendam o momento que estamos passando”, acrescentou.

Enilson Simões de Moura, o Alemão, vice-presidente da UGT enfatizou que a atuação pífia do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao manter a taxa de juros nesse patamar atrasa o desenvolvimento do Brasil e promove desemprego.

Josimar Andrade (Jô), diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Comerciários de São Paulo fez duras críticas a política de juros do Banco Central, que está em dois dígitos desde fevereiro de 2022. “Não se justifica, isso é uma irresponsabilidade e um verdadeiro crime contra a população brasileira que está endividada, a economia estagnada e as lojas falindo porque seus produtos não são vendidos”.

Luiz Arraes, presidente da Federação dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo também deixou seu depoimento na manifestação:

“Os juros que são praticados pelo Banco Central, definidos por Roberto Campos Neto, estão jogando a economia do país para baixo”, diz Juvandia.

Ela afirma que manter os juros em patamar elevado, como vem fazendo o Banco Central desde 2021, é um boicote ao atual governo. “Não somente à economia brasileira mas também um boicote aos empregos. Com juros altos, o comércio não vende. Se não vende, tem desemprego”, explica Juvândia.

Juvandia cita como um dos exemplos as montadoras de veículos, setor fundamental à indústria e ao desenvolvimento nacional. “Com juros altos, as montadoras não estão vendendo carros, as revendedoras também não. Os pátios estão lotados. Assim como comércio em geral que está com estoques parados. Se não vendem, os trabalhadores não têm emprego”, ela afirma.

Por isso, ela reforça, “Juros Baixos Já”, lema da Jornada de Lutas, é uma necessidade urgente e será palavra de ordem nas redes e nas ruas, até que Campos Neto baixe os juros do Banco Central.

A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre 2023 em 12,25% ao ano.

Leia também: Trabalhadores do setor de doces e conservas entram em greve

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS