
Centrais sindicais em passeata na Av Paulista após ato contra Juros Altos no Brasil/Foto: Jaelcio Santana
Em meio à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nesta terça (17) e quarta-feira (18), as principais centrais sindicais do país realizaram um ato em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo. O protesto tem como alvo a manutenção da taxa básica de juros (Selic) no patamar de 14,75% ao ano, uma das mais altas do mundo.
Organizada por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, e Intersindical, a manifestação reuniu trabalhadores, lideranças sindicais e estudantes. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, o grupo exigiu a redução imediata dos juros, que, segundo eles, penalizam a classe trabalhadora e travam o desenvolvimento econômico do país.

Geraldino Santos Silva, secretário de Relações Sindicais da Força Sindical discursou em nome da Força Sindical/Foto: Jaelcio Santana
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, também criticou a postura do Banco Central. “Juros altos só servem para enriquecer quem vive da especulação. Quem trabalha, quem produz, paga essa conta”, disse.

Renê Vicente, dirigente da CTB, discursa no ato/Foto: CTB
“O Brasil não aguenta mais essa política nefasta de juros altos. A taxa de 14,75% ao ano favorece o rentismo e a especulação financeira, em detrimento da produção, da industrialização e da geração de empregos”, afirmou Renê Vicente, vice-presidente nacional da CTB. Para ele, é urgente uma guinada na política econômica, com foco no desenvolvimento, na valorização do trabalho e na distribuição de renda.

Josimar Andrade representou a UGT
Para o representante da UGT, Josimar Andrade, o impacto da política monetária afeta diretamente quem mais precisa:
“Hoje, viemos dançar quadrilha atrás do milho, mas não o milho da canjica e da pamonha e sim dos juros abusivos que tiram dos trabalhadores aquilo que conquistam com tanto esforço. São famílias endividadas, pequenas empresas quebrando, e uma economia travada pela ganância do sistema financeiro. Chega de quadrilha com vários milhões enquanto a população fica com o resto, com do bagaço do milho!”
Em tom bem-humorado, mas crítico, os manifestantes levaram um cartaz com a imagem de uma espiga de milho, em referência às festas juninas. A mensagem era clara: “Enquanto o povo fica com o milho, os especuladores ficam com o milhão”.

Humor na manifestação em frente o Banco Central contra juros
Estudantes também marcaram presença no protesto, reforçando a união entre categorias. Aos gritos de “Unificou, unificou, é estudante junto com trabalhador!”, eles pediram uma política econômica que combata as desigualdades e promova justiça social.
A expectativa das centrais sindicais é que o Copom, que encerra sua reunião nesta quarta-feira, anuncie uma redução significativa na taxa de juros. “Só com juros mais baixos será possível retomar o crescimento, gerar empregos e construir um país mais justo e soberano”, concluiu Renê Vicente.