Sindicalistas distribuíram pipoca para povo ironizando atitude do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil que pretendem manter juros altos. “Galípolo não pode pipocar”, gritavam os sindicalistas

Centrais distribuem pipoca para ironizar “pipoqueiros” do BC
As centrais sindicais Força Sindical, CUT, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública, realizaram na manhã desta terça-feira (6) um atoem frente a sede do Banco Central, na Avenida Paulista, para cobrar a redução na Taxa Selic, que esta em 14,25% a.a..
Durante o ato, sindicalistas distribuíram saquinhos de pipoca alegando que os membros do Banco Central “pipocam” para o mercado financeiro. Os membros do Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central se reúnem hoje e amanhã para decidir sobre a Taxa Selic.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, destaca que juros em patamares estratosféricos prejudicam a economia.
Durante o ato, em frente ao Banco Central, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), afirmou que o movimento sindical está passando um recado ao Galípolo, presidente do Banco Central.
“Chega de pipocar, Galípolo! Galípolo, para de pipocar!, Galípolo, para de pipocar!”, disse Juruna com o microfone puxando o coro com os trabalhadores reunidos no ato.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, Josinaldo José de Barros (Cabeça), afirmou que unidade em busca de viabilizar pautas sociais que ajudem a classe trabalhadora é muito importante.
“Os juros altos, nós sabemos que endividam os trabalhadores para sobrar mais dinheiro para os banqueiros”, disse o dirigente sindical.
Juruna relembrou a semana semana que passou quando no dia 29 de abril, muitos estavam em Brasília e o dia 1º de Maio na Praça Campo de Bagatelle, além da celebração da data em outras cidades do Brasil e do mundo.
O sindicalista reforçou que a luta é feita no dia a dia, e que hoje é uma data para ficar marcada, pois todos sabem que a economia do nosso país é prejudicada pelo aumento da taxa de juros. “Quanto mais juros, mais desemprego, quanto mais juros, menos consumo e quanto mais juros, menos produção.”
“Sabemos que o governo Lula quer que a taxa de juros abaixe e indicou um novo presidente do Banco Central, mas parece que ele continua pipocando, prejudicando o nosso país, porque nós, na nossa experiência, sabemos o quanto prejudicial é a taxa de juros. Vamos continuar alertas, pressionando pela redução dos juros e realizando atos como este de hoje para chamar a atenção da sociedade e de todo o Brasil”, acrescentou Juruna.
Kátia Rodrigues, Diretora de Mulheres da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Estado de São Paulo, cobrou:
“até quando as trabalhadoras e os trabalhadores vão ter que ir em frente ao Banco Central para cobrar a redução os juros? Chega de juros tão altos em nosso país”.
O dirigente da UGT, Josimar Andrade, lamentou o país estar vivendo uma situação que não aconteceria mais no Banco Central quando era comandado pelo Roberto Campos Neto que jogava contra.
“Nós tínhamos um presidente no Banco Central que jogava contra a política desenvolvimentista de crescimento do nosso país. E mesmo com a renovação na direção do BC estamos decepcionados. É um verdadeiro pipoqueiro”, disse o sindicalista referindo-se ao presidente do BC, Galípolo.
Representando a direção nacional da CUT, Osvaldo Bezerra, ressaltou que mais uma vez, as centrais sindicais unidas mostram que não está disposta a pagar a conta por esse remédio amargo que todos os presidentes do Banco Central acham que tem que ser este o caminho.
“Essa escalada de juros altos prejudica o crescimento do Brasil, a geração de empregos e afeta a dona de casa, o dono de casa quando vai ao supermercado porque os preços estão lá em cima”, disse o sindicalista.

Centrais distribuem pipoca para ironizar “pipoqueiros” do BC
Decisão da nova Selic sai nesta quarta
O Copom começou a reunião para definir a nova taxa Selic nesta terça-feira (6) e o anúncio sairá nesta quarta-feira, provavelmente no início da noite. A expectativa do mercado financeiro é que os membros do Copom mantenham a escalada de aumento da taxa.
As expectativas estão também em torno do conteúdo do comunicado que acompanhará a reunião que será determinante para calibrar as expectativas. De acordo com especialistas a tendência é que não próxima reunião também haverá uma alta residual.
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