PUBLICADO EM 25 de mar de 2018
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Cancioneiros e protestos

Bob Dylan não gostava de ser chamado de cantor de protesto. Ele se vê mais um artista pop, como foram Elvis Presley e Frank Sinatra. Geraldo Vandré, em recentes entrevistas sobre o concerto de João Pessoa, diz também que não gosta da expressão música de protesto. Ele fez tão somente um concerto de música, com críticas à falta de acesso nos países subdesenvolvidos à cultura erudita.

Por Val Gomes

Ele é arredio à chamada cultura de massa. Bem, isto renderia longos debates, pois encontramos muita arte significativa nesta mass media. “Caminhando e Cantando (Pra não dizer que não falei das flores)”, embora nascida em um contexto histórico de enfrentamento à ditadura militar no Brasil, pode ser vista simplesmente como uma bela canção de amor, amor universal, composta em apenas dois acordes.

Temos que respeitar a atitude, embora extremada, de Vandré não querer vincular sua obra a protestos, mesmo sendo manifestações legítimas e necessárias neste momento de resistência contra os violentos ataques à democracia e a perseguição política no Brasil.

Val Gomes, jornalista

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