PUBLICADO EM 27 de jul de 2020
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Cai em dois milhões o número de trabalhadores afastados devido à pandemia na primeira semana de julho

O número de pessoas ocupadas que estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social manteve a trajetória de queda verificada desde que começou o processo de flexibilização. Esse contingente caiu para 8,3 milhões (10,1% dos ocupados) entre 28 de junho e 4 de julho, enquanto na semana anterior eram 10,3 milhões.

Já a população ocupada e não afastada do trabalho aumentou de 69,2 milhões para 71,0 milhões. Dentro desse grupo, 8,9 milhões (12,5%) trabalhavam remotamente, mantendo estabilidade em relação à semana anterior. Os dados são da PNAD COVID19 semanal, divulgada hoje (24) pelo IBGE.

“Enquanto a população ocupada e afastada por diversas causas, inclusive distanciamento social, diminuiu em cerca de 2,5 milhões de pessoas, os ocupados e não afastados aumentaram em 1,8 milhão, uma diferença de cerca de 700 mil”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, acrescentando que uma parte dos ocupados retornou ao trabalho e outra parcela foi para fora da força, ou seja, não voltou a trabalhar, nem procurou trabalho.

A taxa de desocupação na semana, de 12,3%, permaneceu estável frente à semana anterior. Já o número de pessoas desocupadas teve ligeira redução, de 12,4 milhões para 11,5 milhões. Ao mesmo tempo, a população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) subiu de 75,1 milhões para 76,8 milhões de pessoas. Desse grupo, 28,7 milhões (37,4%) disseram que gostariam de trabalhar, mais do que os 26,9 milhões (35,4%) da semana anterior. “Essa queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo”, analisa Maria Lucia.

Cerca de 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho na semana por causa da pandemia ou porque não encontraram ocupação no local em que moravam. Esse contingente, que corresponde a 67,4% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar, foi maior do que na semana anterior, quando eram 17,8 milhões (66,2%).

Número de pessoas com sintomas de síndrome gripal cai de 15,4 milhões para 14,3 milhões

Entre 28 de junho e 4 de julho, 14,3 milhões de pessoas apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal(febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular), o que indica uma queda em relação à semana anterior (15,4 milhões) e à primeira semana da pesquisa, em maio (26,8 milhões). Os sintomas que apresentaram queda foram a tosse (de 4,9 para 4,3 milhões), a dificuldade de respirar(de 1,9 para 1,6 milhão) e a dor de cabeça (de 7,2 para 6,6 milhões). Entre as pessoas com sintomas, 3,1 milhões procuraram atendimento em algum estabelecimento de saúde, mantendo estabilidade em relação à semana anterior. Os ambulatórios e consultórios privados ou ligados às forças armadas atenderam 311 mil pessoas com sintomas, com proporção estável, porém menor em números absolutos em relação à semana anterior (322 mil) e à primeira semana de maio (320 mil).

Cerca de 933 mil pessoas procuraram atendimento em hospitais, um contingente estatisticamente estável em relação à semana anterior. Desse total, 136 mil (14,6%) foram internadas, também mantendo estabilidade frente à terceira semana de junho.

A PNAD COVID 19 é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal. O IBGE faz divulgações semanais e uma mensal da pesquisa. A pesquisa se enquadra como um dos produtos das Estatísticas Experimentais do IBGE.

Fonte: IBGE

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