A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta terça-feira (19) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “cometeu um ato de traição ao Brasil” na reunião que promoveu com embaixadores nesta segunda-feira (18) para falar sobre as eleições deste ano.
Segundo Dilma, é a primeira vez na história que um presidente convoca o mundo para “anunciar que vai dar um golpe”.
“Com este ato, Bolsonaro confessa que vai perder a eleição para Lula. Até quando as instituições serão complacentes com essa vergonha autoritária?”, escreveu Dilma em publicação no Twitter.
Alegando que ia fazer uma apresentação técnica sobre o sistema eletrônico de votação do país., Bolsonaro chamou dezenas de embaixadores estrangeiros ao Palácio do Planalto.
Na hora do evento, repetiu uma série de denúncias mentirosas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas, sem apresentar qualquer prova ou ao menos inidícios.
Os embaixasdores consideraram o evento um ato de campanha eleitoral e disseram que nada do que Bolsonaro disse mudou a impressão geral de confiança na segurança das eleições brasileiras, segundo relataram ao Estadão alguns diplomatas que pediram anonimato.
Bolsonaro também voltou a atacar os ministros do Superior Tribunal Federal (STF). Ele relacionou os ministros Edson Fachin, atual presidente do Tribunal Superio Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que é vice e assume a presidência em setembro, e Roberto Barroso que já presidiu o TSE.
“O ministro Fachin foi quem tornou Lula elegível e agora é presidente do TSE. O ministro Barroso foi advogado do terrorista Battisti e recebeu aqui o acolhimento do presidente Lula, em dezembro de 2010. O ministro Alexandre de Moraes advogou para grupos que, se eu fosse advogado, eu não advogaria”, declarou o presidente.
“É hora de dizer basta” aos ataques feitos ao processo eleitoral brasileiro e ao sistema das urnas eletrônicas, reagiu Fachin durante o lançamento da campanha de Enfrentamento à desinformação pela seccional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Bolsonaro decidiu realizar o encontro depois de o presidente do TSE, Fachin, participar de evento com diplomatas sobre o sistema eleitoral brasileiro. O ministro foi convidado para a reunião, mas recusou. Afirmou que o “dever de imparcialidade” o impedia de ir.
Fonte: Redação CUT