A composição de Oscar da Penha (Batatinha) é uma peça rica em crítica social. O texto evidencia com simplicidade e profundidade, as tensões vividas pelo trabalhador comum, especialmente em um contexto de desigualdade social e econômica.
A ironia da composição reforça o absurdo da necessidade de algo que, apesar de fundamental, é motivo de sofrimento para muitos.
A letra questiona e contesta a necessidade do trabalho monótono e sem sentido. É uma crítica social, uma vez que afirma que mesmo trabalhando muito, não se vive bem: muitos trabalhadores que não conseguem obter um salário digno com seu trabalho.
Composta em 1942, em um contexto de grandes transformações. Naquela época os direitos trabalhistas, organizado na CLT em 1943, estavam se formando e ainda não estavam plenamente assimilados.
O Inventor do Trabalho, desta forma, é uma canção que pode ser interpretada como uma crítica ao sistema capitalista.
O Inventor do Trabalho
(Composição: Oscar da Penha (Batatinha)/1942)
Intérprete: Oscar da Penha, Batatinha
O tal que inventou o trabalho
Só pode ter uma cabeça oca
Pra conceber tal ideia
Que coisa louca
O trabalho dá trabalho demais
E sem ele não se pode viver
Mas há tanta gente no mundo
Que trabalha sem nada obter
Somente pra comer
Contradigo o meu protesto
Com referência ao inventor
A ele cabe menos culpa
Por seu invento causar pavor
Dona Necessidade é senhora absoluta da minha situação
Trabalhar e batalhar por uma nota curta
Fonte: Centro de Memória Sindical
Eusebio Neto
Nossa gente criativa, nosso povo é rico na poesia, na arte e na cultura, só nos falta nos libertar da exploração.