PUBLICADO EM 26 de jul de 2021
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Bancários do RS lançam campanha em defesa do Banrisul público

“Eu sou Banrisul!” Essa é a campanha que a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), representando os seus 38 sindicatos filiados, e o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) lançaram nesta semana, na capital gaúcha.

A ideia é engajar toda a sociedade na defesa do Banrisul como banco público, diante da ameaça de privatização pelo governo Eduardo Leite (PSDB).

O governador está tocando uma agenda neoliberal de privatizações, igual ao governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), tendo já vendido as empresas de distribuição e transmissão da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). A CEEE-D foi entregue por apenas R$ 100 mil para o Grupo Equatorial Energia. Ele quer se cacifar junto ao mercado financeiro para ser o candidato dos tucanos a presidente em 2022.

O Banrisul não é o problema, mas a solução para os problemas financeiros do Estado. No ano passado, o banco obteve lucro líquido de R$ 824 milhões, está presente em quase todos os municípios gaúchos e em muitos deles é a única instituição financeira presente.

E é isso que a campanha, criada pela Verdeperto Comunicação, vai demonstrar, com o apoio de artistas, esportistas e representantes dos setores produtivos e industriais: sem o Banrisul, todo mundo perde.

Salvaguardar o patrimônio do povo gaúcho

Desde o governador Antônio Britto (PMDB), a marca dos governos neoliberais é esconder as virtudes do Banrisul para facilitar o seu desmonte. Atacam a imagem do banco para desvalorizá-lo e meter na cabeça do povo gaúcho que o melhor é privatizar. Esse mito também será combatido na campanha.

“Esse é um momento que está sendo difícil para os sindicatos. A pandemia dificulta muito a nossa luta. Mas estamos sempre na vanguarda da luta. Hoje apresentamos uma ótima proposta para ajudar a salvaguardar esse patrimônio que é tão importante os banrisulenses e o povo gaúcho”, destaca a diretora da Fetrafi-RS e da CUT-RS, Ana Betim, que é integrante do Comando Nacional dos Banrisulenses.

“O Banrisul faz parte da história dos gaúchos e das gaúchas. É ele quem financia a cultura, o esporte, a agricultura e uma série de empresas em todos os ramos. Vender o Banrisul é aprofundar a crise financeira do Estado”, afirma a diretora da Fetrafi-RS e também integrante do Comando Nacional dos Banrisulenses, Denise Falkenberg Corrêa.

“Tivemos uma batalha política em defesa da manutenção do Banrisul público e estratégico para o Estado. Construímos novas ferramentas, criamos novas formas de mobilização. Reinventamos nossas ferramentas de luta. A diretoria do Banrisul e o governo do Estado se movimentaram para preparar o Rio Grande do Sul para essa lógica de estado mínimo. Temos que dar novos passos. O que não é novo é termos que defender o Banrisul e provar a importância desse banco para a sociedade gaúcha”, enfatiza o presidente do SindBancários e funcionário do Banrisul, Luciano Fetzner.

Impedir a privatização do banco

Embora o governador tenha prometido não vender o Banrisul e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em sua campanha eleitoral, o tucano já deu mostras de que não cumprirá com a palavra empenhada.

Há poucos meses, fez acordos com deputados da sua base aliada para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 280/19 na Assembleia Legislativa, que acabou com a exigência de plebiscito para a venda do Banrisul, Corsan e Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs).

Além disso, Leite enviou antes do recesso parlamentar um projeto de lei, em regime de urgência, pedindo autorização dos deputados para privatizar a Corsan e abriu o capital da Banrisul Cartões, no último dia14, para agradar o capital especulativo e preparar a venda do banco.

“Pela nossa experiência com privatizações, sempre começa assim, com o fatiamento do banco, e vai evoluindo até a entrega total do patrimônio público”, salienta o diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Fábio Soares. “Quem sai perdendo com isso é a sociedade gaúcha, é o Estado do Rio Grande do Sul”, ressalta.

A venda do Banrisul pode representar o corte de investimentos nos principais setores produtivos do Estado, além de reduzir o número de agências e de funcionários, como ocorreu em outras privatizações. No Meridional, por exemplo, privatizado em 1997 no governo FHC e depois vendido para o banco espanhol Santander, milhares de bancários foram obrigados a aderir a um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e o enxugamento de unidades foi brutal.

Engajamento da sociedade

Para reverter o caminho trilhado pelo governo tucano rumo a privatização, a Fetrafi-RS e o SindBancários convidam toda a sociedade a se engajar na campanha em defesa do Banrisul. As peças serão divulgadas na internet, nas ruas em outdoors e nos meios de comunicação.

Nomes conhecidas dos gaúchos, como o ex-governador Olívio Dutra, os cantores Bagre Fagundes e Vitor Ramil, e a atriz Deborah Finocchiaro já confirmaram participação na campanha.

Fonte: CUT-RS com Fetrafi-RS e SindBancários

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