O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite desta quinta-feira, após reunião com o novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que um novo auxílio emergencial, caso necessário, deve alcançar cerca de metade dos 64 milhões de beneficiários contemplados no ano passado.
Guedes admitiu a possibilidade mediante alguns compromissos. “O auxílio emergencial, se nós dispararmos as cláusulas necessárias, em um ambiente fiscal robusto, já mais focalizadas, em vez de 64 milhões, pode ser a metade disso, porque a outra metade já retorna aos programas sociais já existentes e isso vamos nos entender rapidamente”, afirmou.
Ainda segundo o Valor, o ministro salientou que o novo auxílio se daria em um contexto de excepcionalidade. “A pandemia nos atacando de novo, temos o protocolo. Se o Congresso aciona o estado de emergência ou calamidade, temos condições de reagir”. O Brasil já vive uma segunda onda da pandemia, com o número de mortes confirmadas diariamente permanecendo acima de mil casos. Ontem, foram apuradas 1291 mortes nas últimas 24 horas. “Se apertarmos o botão da calamidade pública, podemos atender algumas coisas, travando outras”, reiterou Guedes.
Pacheco deixou claro ao ministro que o atendimento aos mais vulneráveis tem amplo apoio do Congresso Nacional. “O Auxílio emergencial foi muito importante. A pandemia continua e vim externar a preocupação do Congresso com um socorro emergencial a uma camada mais vulnerável. Senti do ministro Paulo Guedes sensibilidade. Está entregue ao ministro a preocupação sobre este tema em específico e ele buscará caminhos”.
Guedes procurou ainda demonstrar otimismo com a nova configuração do poder no Legislativo, após a eleição dos novos presidentes. “Houve uma vitória expressiva de um novo conjunto de forças políticas de centro-direita que tem uma pauta muito afinada conosco e vão agora acelerar as reformas. As privatizações devem andar, a independência do Banco Central”.
Centrais sindicais fazem pressão por continuidade do auxílio
Em meados de dezembro do ano passado, as centrais sindicais divulgaram uma nota defendendo a extensão do Auxílio Emergencial em 2021.
De acordo com as centrais sindicais, várias são as razões para a extensão do auxílio emergencial, entre elas, a crise sanitária do novo coronavírus que parou a economia em todo o mundo com graves consequências, em especial para os mais vulneráveis.
Na época, o documento assinado pelos presidentes das centrais, ressaltou que o desemprego, o desalento e a inatividade forçada pelo isolamento atingiram recordes. “O Auxílio Emergencial, proposto e defendido pelas Centrais Sindicais, movimento sociais e partidos políticos, se mostrou essencial para a proteção de mais de 65 milhões de pessoas no Brasil e para que a recessão seja amenizada, uma vez que garantiu o consumo de milhões de famílias.”
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Já no início do ano as lideranças sindicais fizeram uma força tarefa junto aos parlamentares para recolar na pauta do Congresso a continuidade do Auxílio Emergencial.
Na ocasião, Miguel Torres, presidente da Força Sindical disse: “Entregamos a pauta com os cinco pontos já conhecidos e procuramos mostrar a importância de sua efetividade. Temos sido bem recebidos. Agora, dependemos da dinâmica política. De todo modo, a questão do Auxílio Emergencial pode ganhar força e apoios além da bancada de esquerda ou oposicionista”.
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com informações do Valor Econômico