Com a passagem para a Era Digital, sobretudo mal conduzida pelo receituário neoliberal desde os anos 1990, o ataque à economia nacional terminou por desmontar as bases nas quais se fundamentavam a sociedade urbana e industrial. De uma parte, a desindustrialização desarticulou o sistema produtivo e interrompeu o movimento geral de estruturação do mercado de trabalho, reduzindo tanto os postos intermediários de classe média quanto o próprio processo de proletarização urbana.
Como se deu a tragédia da história do trabalho no Brasil, da modernização capitalista pelo projeto urbano à desproletarização e desmonte dos direitos sociais
NA geração líquida de 644 mil novos empregos assalariados formais em 2019 foi um alento frente ao mar do desemprego e subocupação que transborda no País desde 2015. Ao mesmo tempo, confirma o sentido geral pelo qual o mundo do trabalho encontra-se submetido pelo contexto mais geral imposto pela recessão econômica associada ao processo de desregulamentação das relações entre o capital e o trabalho.
Pobreza cresceu 10,4% ao ano e desemprego, 20,1% desde 2015. Desigualdade cresce sete vezes mais rápido do que nas crises da ditadura
Quase onze anos após o começo da crise que abalou a globalização neoliberal, anuncia-se novamente o retorno possível da recessão mundial. Não apenas os indicadores financeiros nos Estados Unidos, como a inversão da trajetória das taxas de juros de curto prazo acima das de longo prazo, mas a desaceleração no ritmo da produção em vários países, inclusive na China, e o desempenho negativo na Alemanha apontam para reversão da economia mundial.
O retorno das políticas neoliberais impõe a transição das tradicionais classes médias assalariadas e de trabalhadores industriais para o novo e extensivo precariado e o avanço da classe média proprietária dos pequenos negócios. Em síntese, o rebaixamento da condição salarial. O vazio proporcionado pela desindustrialização vem sendo ocupado pela chamada sociedade de serviço, o que […]