“Essa política de preços está mexendo com nossa categoria. Somada à nova lei trabalhista, temos um quadro extremamente preocupante, com precarização e demissões. Esse também é um dos motivos da nossa dificuldade em fechar os acordos coletivos”, afirma Eusébio Pinto Neto, presidente da Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro).
Em entrevista à Rádio Web Agência Sindical, o dirigente adiantou que essa é uma das preocupações que representantes da categoria levarão ao ministro do Trabalho, Helton Yomura, em audiência na próxima quarta (23). “Vamos pedir que o ministério atue junto ao governo. Afinal de contas, uma das atribuições da Pasta é salvaguardar o emprego”, diz.
Eusébio Neto alertou que, se essa política de preços continuar, a situação “ficará cada vez mais complicada” para os frentistas. Na sexta, o governo anunciou mais um aumento: diesel em 0,80% e gasolina em 1,34% nas refinarias a partir do sábado (19). Foi o quinto reajuste realizado somente na semana passada.
Outro assunto que será tratado com o ministério é a questão do custeio. “Precisamos apressar essa discussão e envolver todos que são afetados. O governo também recebe parte da contribuição que é arrecadada. Temos que encontrar uma solução rápida. As entidades sindicais precisam desse dinheiro para sobreviver”, alerta Eusébio.
Para o dirigente, a mudança na contribuição não poderia ter ocorrido sem discussão prévia com as entidades. “Os Sindicatos lutam pela categoria, independente se o trabalhador é sindicalizado ou não. Mas não há como fazer isso sem custos”, ressalta.
Leia também: Farmacêutica que aplicava injeções e teste de Covid deve receber insalubridade